Consórcio se aproxima de decisão envolvendo investimento em gás offshore de US$ 700 mi na Argentina

As empresas por trás de um projeto de gás marítimo argentino estão se aproximando de uma decisão final de investimento (FID), apurou a BNamericas.

Proposto pelo consórcio CMA-1 – formado por Total Austral, Pan American Energy e Wintershall Dea – o projeto Fénix está sendo considerado para a província offshore de Terra do Fogo, próximo às operações e infraestrutura existentes.

A produção deverá atingir um pico de cerca de 10 MMm³/d (milhões de metros cúbicos por dia) ao longo de um período de produção de 15 anos.

“Nosso objetivo é contribuir com este projeto para um fornecimento seguro de energia na Argentina no longo prazo”, disse à BNamericas a alemã Wintershall Dea, que detém uma participação de 37,5% no projeto, acrescentando que o investimento previsto é de cerca de US$ 700 milhões. Notícias anteriores da imprensa apontavam gastos associados em cerca de US$ 1 bilhão.

“Todas as etapas preparatórias para o FID estão perto de serem concluídas e planejamos avançar no restante deste ano.”

Os comentários ecoam os feitos este mês pela Pan American Energy, dona de 25%, que afirmou, durante um webinar organizado pela plataforma de negociação do mercado de gás natural Megsa, que as discussões internas estavam em andamento e que o objetivo era lançar a produção até o final de 2024.

O governo federal prorrogou recentemente um contrato de concessão associada por 10 anos, até 2041, e anunciou este mês um acordo para incluir a Fénix num quadro fiscal e aduaneiro especial.

A Wintershall Dea saudou as decisões. A assinatura do acordo fiscal e aduaneiro, juntamente com uma reunião com o ministro da Economia, Sergio Massa, constituiu “um passo fundamental para tornar o projeto uma realidade”, disse a empresa. “Isto confirma a decisão da Wintershall Dea de permanecer comprometida com a Argentina e seguir em frente com a Fénix.”

O consórcio já produz gás offshore em Terra do Fogo. A produção total da Total Austral foi de 7,1 MMm³/d para março, correspondente às áreas de licença da bacia Marina Austral 1 Carina, Fénix, Orión, Orión Norte e Orión Oeste. No geral, a produção de licenças da bacia Marina Austral 1 registrada pela Total foi de 14 MMm³/d em março, abaixo dos 18,8 MMm³/d em janeiro e dos 19,2 MMm³/d em fevereiro. O trabalho de manutenção foi realizado no último semestre.

A nível nacional, a produção de gás convencional tem tendência de queda há cerca de uma década, enquanto a produção de xisto e gás apertado vem aumentando, impulsionada pelos produtores da bacia de Neuquén. A produção de gás de Marina Austral 1 vem caindo desde setembro de 2020.

Da produção nacional de cerca de 139 MMm³/d registrada em junho, cerca de 56% foi não convencional (xisto e tight oil).

O gasoduto General San Martín, operado pela transportadora TGS, circula entre a Terra do Fogo e a província de Buenos Aires, transportando gás dos campos das bacias Austral e Golfo San Jorge. Ao contrário da infraestrutura de despacho que conecta a bacia de rápido crescimento de Neuquén com os hubs de demanda, o duto San Martín, com capacidade de injeção de 41,1 MMm³/d, tem espaço para transportar mais, com base nos dados do relatório anual de 2020 do regulador Enargas. O relatório afirma que 31,8 MMm³/d foram injetados naquele ano.

Parte da produção de CMA-1 é exportada, por meio de outras infraestruturas, para a Methanex, produtora chilena de metanol.