Construtoras argentinas esperam começo sombrio para 2023

O setor de construção da Argentina não está otimista em relação aos primeiros meses do ano, de acordo com uma pesquisa realizada pelo escritório de estatísticas INDEC.

Das empresas focadas em obras públicas, 46,1% disseram esperar que os negócios fiquem estáveis durante o período de dezembro de 2022 a fevereiro de 2023, enquanto 30,3% acreditam que a atividade cairá. Apenas 23,6% projetam aumento nos negócios, mostra o relatório de construção do INDEC para novembro de 2022.

Entre os que acreditam na queda da atividade, os principais motivos apontados foram atrasos nos pagamentos, instabilidade de preços e retração da economia.

Das empresas focadas em projetos privados de infraestrutura, 70% disseram que a atividade permanecerá a mesma e 21,3% esperam que ela caia, e apenas 8,7% acreditam que crescerá.

Quanto às medidas para impulsionar a construção, a opção preferida por mais de 30% dos entrevistados em ambos os grupos foi “políticas voltadas para a estabilidade de preços”.

O relatório de novembro constatou que a atividade no setor de construção em geral caiu 0,5% em relação a outubro, enquanto ano-a-ano a queda foi de 1,5%.

Em comparação, outubro registrou queda mensal de 3,5% e queda anual de 0,9%.

A pesquisa de novembro também revelou um aumento daqueles que acreditam que a atividade cairá nos próximos meses, em relação ao relatório anterior.

PROJETOS FUTUROS

Entre as empresas voltadas para obras públicas, 26,1% declararam que realizariam obras de pavimentação de rodovias de dezembro a fevereiro, enquanto 14,7% afirmaram que realizariam obras de distribuição de água e esgotamento sanitário.

Mais atrás ficaram as infraestruturas de transporte (6,5%), outros projetos de água (7,8%), infraestrutura de gás (2,8%) e geração hidrelétrica (2,7%).

O orçamento nacional de 2023 alocou 418 bilhões de pesos (US$ 2,3 bilhões) para investimentos em projetos de transporte e água.

Alguns dos maiores projetos contemplados no orçamento podem ser vistos aqui.

A Argentina realiza eleições presidenciais ainda este ano e, em ciclos eleitorais anteriores, os governos impulsionaram obras públicas para ganhar votos.