Consumo mexicano de aço deve cair em 2022

O consumo de aço no México cresceu 9,1% em novembro na comparação com o mesmo mês de 2021, mas registrou queda de 1,9% nos primeiros 11 meses do ano, principalmente devido ao fraco desempenho do setor de construção.

A Câmara Nacional da Indústria de Ferro e Aço (Canacero), que divulgou os números na sexta-feira (23), espera que o consumo de aço seja menor este ano em comparação com 2021.

Sua produção subiu 4,8% em novembro, mas caiu 1,2% no acumulado de 11 meses.

No início de dezembro, o diretor de relações governamentais da siderúrgica ArcelorMittal, Noé Galván, disse em evento do setor que o consumo de aço no México deverá cair 3,8% em 2022 e que o crescimento não foi projetado para 2023.

Ele acrescentou que é fundamental para o México investir mais em infraestrutura e comunicações, bem como aproveitar as oportunidades geradas pelo nearshoring para maximizar a integração das cadeias de suprimentos na América do Norte.

No entanto, Máximo Vedoya, presidente executivo da Ternium e chefe da comissão econômica da Associação Mundial do Aço (worldsteel), informou em uma conferência durante a 74ª Assembleia Geral Ordinária da Canacero, ocorrida em novembro, que “o consumo de aço no México crescerá em torno de 3% em 2023”, citando um relatório de outubro da entidade.

A entidade projeta que a demanda por aço em toda a região do T-MEC (Canadá, EUA e México) crescerá 0,9% neste ano e mais 1,8% em 2023.

“A economia mundial é afetada pela inflação persistente, pelo aperto monetário nos EUA, pela desaceleração econômica chinesa e pelas consequências da invasão russa da Ucrânia. Os altos preços da energia, o aumento das taxas de juros e a queda da confiança levaram a uma desaceleração das atividades dos setores que utilizam o aço”, afirmou Vedoya.

Ele acrescentou que a indústria siderúrgica não deve voltar aos níveis pré-pandêmicos no próximo ano.

Ainda assim, a worldsteel prevê uma redução de 2,3% na demanda global de aço este ano em comparação com 2021, além de uma recuperação de 1% em 2023.

David Gutiérrez, presidente executivo da Deacero e novo presidente da Canacero, destacou durante a cúpula de 2022 da associação latino-americana Alacero que os produtores devem ser mais estratégicos como indústria e não seguir crescendo naqueles produtos onde já existe excesso de capacidade, mas sim alocar investimentos em produtos que hoje são importados.

“No México, somos importadores de aço, produzimos menos do que consumimos e há um enorme potencial”, concluiu ele.