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De olho no setor energético mexicano: ministro elogia mudanças regulatórias para geração distribuída e renováveis

Bnamericas

O secretário das Relações Exteriores do México e potencial candidato à presidência em 2024, Marcelo Ebrard, disse que o país deve aumentar drasticamente sua produção de energia limpa para garantir que os produtos locais cumpram os padrões ambientais internacionais.

O político, que integra a delegação mexicana na COP-27 no Egito, tem agendado um encontro com o enviado climático dos EUA, John Kerry, para discutir uma “expansão da produção de energia limpa no México”.

As autoridades mexicanas têm mudado lentamente sua atitude em relação à energia limpa nos últimos meses, em meio às negociações do USMCA com os EUA e o Canadá, os quais reclamaram que as políticas antirrenováveis do México violam o tratado comercial e podem levar seu caso a um painel de arbitragem.

A nova abordagem acompanha uma mudança de atitude da empresa pública de energia CFE, que no ano passado deixou de argumentar que geradores eólicos e solares intermitentes ameaçavam a estabilidade do sistema, e passou a anunciar um plano de longo prazo de investimento em energia renovável. O plano inclui cinco usinas solares e um parque eólico, além de expansão nuclear e geotérmica. Sua incursão em energia eólica e solar pode envolver um acordo com participantes do setor privado, disse a CFE.

A nova secretária da Fazenda, Raquel Buenrostro, também suavizou sua postura recentemente, afirmando que “as negociações e acordos comerciais que favoreçam os dois países [EUA e México] são uma necessidade e um imperativo. O México não está nem um pouco interessado em confronto”.

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Um novo conjunto de regras sendo proposto pela reguladora de energia CRE para supervisionar o segmento de geração distribuída do México pode fazer mudanças na forma como as injeções são contabilizadas e compensadas.

A nova proposta, que está atualmente em consulta pública pela agência de melhoria regulatória Conamer, busca substituir as estruturas de pagamento de net-billing e net-metering por um novo esquema, escreveu o consultor Víctor Ramírez Cabrera no canal local Energía a Debate.

Segundo Ramírez, era esperado que o modelo de net-metering fosse alterado, pois compensa a energia injetada ao mesmo preço que a fornecida pela concessionária, de modo que pode causar prejuízos à distribuidora quando a mais cara energia noturna que fornece é anulada pela energia diurna, mais barata, injetada por painéis solares.

O regulamento propõe um esquema alternativo de net-billing, segundo ele, onde a energia injetada e fornecida são computadas ao custo de suas respectivas horas do dia.

“Este projeto de uma nova metodologia, em vez de apenas limitar a medição líquida (que era a abordagem lógica), cria um novo modelo de compensação com um custo diferente do mercado”, escreveu Ramírez. O custo seria calculado com base no que a distribuidora de energia pagou por suas próprias compras de energia. A CFE é a única distribuidora de energia no México.

Inevitavelmente, e dependendo se o preço for maior ou menor do que o preço marginal local do sistema, a concessionária subsidiará os geradores distribuídos ou vice-versa, concluiu ele.

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