Destaque: os projetos e investimentos chineses no Brasil

As empresas chinesas iniciaram 32 projetos anteriormente anunciados no Brasil no ano passado – um aumento de 14% –, mas os investimentos caíram 78%, para US$ 1,3 bilhões de dólares, o nível mais baixo desde 2009.

O setor de energia elétrica corresponde a 50% destes projetos, com tecnologia da informação representando 25%, fabricação de automóveis, infraestrutura e agricultura com 6% cada, e os têxteis e produção de dispositivos médicos com 3% cada, segundo o último estudo da Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC).

Com relação aos investimentos, 45% foram para o setor de energia elétrica, 28% para a fabricação de automóveis, 11% para têxteis, 8% para agricultura, 4% para tecnologia da informação e 3% para infraestrutura.

O Brasil ficou em nono lugar em investimentos chineses e a Argentina em oitavo, com US$ 1,34 bilhão.

No entanto, a queda no volume de investimentos anunciados ou a diferença entre projetos anunciados e confirmados não refletem necessariamente desinteresse.

“A diferença de valor entre os projetos anunciados e os confirmados explica-se pelo fato de alguns investimentos particularmente intensivos em capital exigirem uma série de licenças para o início das operações, o que pode eventualmente levar ao adiamento da execução”, afirmou a CEBC.

As eleições de outubro de 2022, nas quais Luiz Inácio Lula da Silva derrotou Jair Bolsonaro, também provocaram alguma redução nos investimentos anunciados.

“É historicamente normal que empresas e investidores esperem pelos resultados eleitorais antes de decidirem avançar com os seus planos de investimento. Isto se aplica [ao período] antes da eleição e aos primeiros meses de uma nova administração, uma vez que os investidores querem compreender melhor as direções de um novo governo”, afirmou Paulo Guilherme Coimbra, sócio da KPMG, à BNamericas.

Segundo a CBEC, as empresas chinesas anunciaram 310 projetos no Brasil entre 2007 e 2022, envolvendo investimentos potenciais de US$ 120 bilhões. Desse total, 235 projetos entraram em operação, com taxa de efetividade de 76% e estoque de investimento de US$ 71,6 bilhões, equivalente a 59% do total anunciado.