Empresa de rastreamento e recuperação de veículos espera triplicar negócios no Chile

A empresa argentina Strix planeja continuar crescendo na região e triplicar seus negócios no Chile.

No âmbito da Expo Logisti-K, a Strix apresentou uma nova plataforma para o seu serviço de frotas, nativa na nuvem, como parte do caminho para continuar a crescer na região.

O projeto levou dois anos e custou US$ 3 milhões.

“Processamos 2,2 bilhões de dados por mês e isso dobrará no próximo ano”, disse o presidente executivo da empresa, Junior Mackinlay, em entrevista à BNamericas.

A plataforma operará na Argentina, Uruguai e Chile. “Estamos pensando em desembarcar em algum outro país em 2023. Estamos analisando os países vizinhos”, disse Mackinlay, sem especificar detalhes.

O executivo explicou que, com a explosão do setor de logística após a pandemia, a empresa está tendo uma demanda que não consegue atender.

A empresa planeja fechar o ano com um crescimento de 10-15% e 750 mil clientes ao nível regional. Um dos grandes clientes da frota da Strix é o produtor de agroquímicos Monsanto.

O executivo da Strix indicou que a empresa está pronta para fechar “acordos muito importantes no Chile”, para os quais espera triplicar a carteira de clientes nos próximos dois anos. “Vamos fechar com 20 mil clientes este ano e, em dois anos, estaremos perto de 60 mil”, disse.

A Strix planeja gastar US$ 3 milhões no Chile para captar o crescimento. Atualmente, é forte em frotas médias e pequenas e agora pretende crescer para frotas maiores com a nova plataforma.

Um setor que está se movimentando fortemente no Chile é o de seguros, devido ao aumento da criminalidade e dos acidentes de trânsito. “Há um índice crescente de acidentes e as empresas estão se voltando para fazer acordos como os que temos na Argentina”, disse.

As seguradoras utilizam o Strix não só para a recuperação de veículos, mas também para analisar os dados e, assim, reduzir os sinistros.

No Uruguai, a Strix fechou um acordo com o Banco Seguros del Estado, que cobre mais de 60% dos seguros do Uruguai.

Este ano, começou um teste do serviço Strix no segmento de veículos pequenos. O piloto envolveu cerca de 1 mil carros. “Se isso escalar, também teríamos um crescimento muito importante. Poderíamos estar dobrando o portfólio em dois ou três anos”, destacou o executivo.

Na Argentina, a empresa tem acordo com a Claro, empresa que fornece cartões SIM para conectar dispositivos de rastreamento a redes 2G, 3G e 4G, dependendo da cobertura.

“No Chile e no Uruguai ,não temos um parceiro estratégico, mas se o crescimento for o que esperamos, provavelmente faremos, porque nos deu resultados muito bons na Argentina”, explicou Mackinlay.

A Strix também pretende entrar no mercado de logística de última milha (fiber to the home) com um produto especializado para esse tipo de empresa. “Já trabalhamos com pequenas e médias empresas, mas agora queremos desenvolver uma plataforma específica para seus problemas”, disse. O projeto está no pipeline para 2023.

MIGRAÇÃO TECNOLÓGICA

O aumento esperado da quantidade de dados tratados pela empresa tem a ver com o crescimento do número de clientes, mas também com a migração dos utilizadores dos serviços de radiofrequência para as novas tecnologias.

A Strix nasceu da compra da LoJack, empresa focada na recuperação de veículos através de tecnologias de radiofrequência. Com os avanços tecnológicos, a empresa aproveita os benefícios das redes móveis e da Internet das Coisas para prestar serviços a frotas, carros particulares e até a residências.

“Há quatro ou cinco anos, começamos a nos transformar de uma tecnologia focada em hardware para uma empresa que desenvolve software”, explica o executivo.

Ele acrescentou que os ativos mais importantes são dados e inteligência para entender essas informações e construir soluções para as diferentes verticais. Atualmente, por exemplo, a empresa possui soluções para que as seguradoras entendam melhor os sinistros de acordo com o comportamento real.