Empresas sul-coreanas estão de olho no potencial do hidrogênio verde no Chile

Investidores sul-coreanos estão interessados nos projetos de hidrogênio verde do Chile, uma vez que se espera que o país asiático se torne um grande consumidor do combustível num futuro próximo, segundo o embaixador de Seul em Santiago, Hakjae Kim.

“Com o problema das alterações climáticas, estamos tentando mudar das energias tradicionais para novas energias, como o hidrogênio verde. Porém, sentimos falta de fornecedores. Neste sentido, o Chile é um parceiro estratégico”, declarou Kim durante um webinar organizado pela Fundação Chilena do Pacífico.

A petrolífera estatal chilena Enap assinou em abril um acordo com HIF Chile, HNH Energy e Total Eren para transformar o terminal portuário de Laredo, na região de Magalhães, em um centro de produção e comercialização de hidrogênio verde.

Kim afirmou que há potencial para as empresas de construção sul-coreanas participarem no desenvolvimento da infraestrutura, observando que o transporte de hidrogênio é um dos grandes desafios tanto para os produtores como para os importadores.

Chile e Coreia do Sul estão atualmente negociando atualizações para um acordo de livre comércio assinado pelos dois países em 2004, com a próxima rodada de conversas marcada para dezembro.

Kim explicou também que as alterações climáticas e a energia estão entre os temas em debate, juntamente com o gás, os minerais, as cadeias de abastecimento, as questões laborais e de gênero, o ambiente e a propriedade intelectual. Ele espera que o texto atualizado esteja pronto no próximo ano.

As empresas coreanas já participaram nos desenvolvimentos energéticos e de infraestrutura chilenos.

A filial de engenharia e construção da Hyundai está atualmente construindo a ponte Chacao, estimada em US$ 584 milhões, na região sul de Los Lagos, conectando a ilha de Chiloé ao continente. O projeto deverá ser concluído em março de 2026.

Além disso, empresas de energia coreanas, como a estatal KHNP, participaram em projetos renováveis, como as centrais solares de Guadalupe e María Pinto, envolvendo mais de US$ 16 milhões no total.