Equipe de transição de Lula busca detalhes sobre desinvestimentos, política de preços e plano estratégico da Petrobras

A equipe de transição para o setor de energia do presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, realizou sua primeira reunião com a Petrobras na segunda-feira (28).

Detalhes sobre os desinvestimentos da estatal, política de preços e plano estratégico foram solicitados, disse uma fonte próxima ao assunto à BNamericas.

“Estamos solicitando a interrupção dos desinvestimentos até que possamos analisar a situação”, explicou a fonte.

Entre os ativos à venda estão quatro refinarias: Abreu e Lima (Rnest), Presidente Getúlio Vargas (Repar), Alberto Pasqualini (Refap) e Gabriel Passos (Regap).

Com uma visão mais estatal do que o atual governo federal, Lula defende a manutenção do domínio da Petrobras no segmento de downstream e a ampliação da capacidade de refino.

Enquanto isso, o novo presidente deve modificar a política de preços de combustíveis (PPI) da Petrobras, baseada nos preços internacionais do petróleo e na taxa de câmbio.

A ideia de Lula é criar benchmarks regionais que considerem os preços locais e o custo das importações. Tal plano poderia reduzir o apetite de players privados acostumados a preços de mercado.

O presidente eleito também deve aumentar as carteiras de projetos de energia renovável e biocombustíveis da Petrobras, as quais diminuíram significativamente nos últimos anos.

Participaram do encontro o presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, o diretor de relações institucionais e sustentabilidade, Rafael Chaves, o diretor de governança e compliance, Salvador Dahan, e a advogada-chefe da companhia, Taísa Maciel.

Pela equipe de transição, estiveram presentes o senador Jean Paul Prates (PT-RN) e o professor Mauricio Tolmasquim, além de outros integrantes do grupo, bem como representantes do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Casa Civil.

Segundo a Petrobras, foram estabelecidos no encontro os primeiros passos para uma transição profissional seguindo as regras da boa governança.

“A Petrobras se colocou à disposição para fornecer todas as informações necessárias para que a equipe de transição conclua um primeiro diagnóstico que deve subsidiar a próxima gestão”, declarou a estatal em comunicado.