
Fundo canadense CDPQ planeja investir até US$ 2 bi na América Latina em 2023

O fundo de pensão canadense CDPQ está aumentando seus investimentos na América Latina, com planos de alocar até US$ 2 bilhões na região em 2023, buscando diversificar seu portfólio de infraestrutura.
A maior parte dos recursos será para o Brasil. Quanto a novos segmentos, a empresa busca oportunidades em torres de telecomunicações e datacenters, energia (principalmente renováveis), transporte (aeroportos e ferrovias) e, cada vez mais, saneamento, entre outros.
“Estamos constantemente aumentando nossos investimentos na América Latina e no Brasil. Há três anos, não tínhamos nada alocado no Brasil. Hoje temos mais de US$ 5 bilhões no país só em infraestrutura. A tendência é continuar aumentando esse [portfólio] no país e na região, pelo menos até o final da década”, disse à BNamericas Eduardo Farhat, diretor-gerente do CDPQ para o Brasil e vice-presidente de infraestrutura para a América Latina.
De acordo com o executivo, o CDPQ espera impulsionar entre US$ 1 e 2 bilhões em investimentos anuais nos próximos anos na região, impulsionado por oportunidades em uma vasta gama de segmentos de infraestrutura e dependendo “da qualidade das operações e dos marcos regulatórios.”
Em 2021, o fundo investiu US$ 11 bilhões globalmente, segundo Farhat.
O CDPQ foi criado por uma lei aprovada em 1965 pela província de Quebec, com a função inicial de administrar os fundos de um plano de aposentadoria universal recém-criado, o Québec Pension Plan.
Os primeiros investimentos fora do Canadá começaram em 1975 e o CDPQ Infra foi criado em 2015, principalmente para focar no desenho, financiamento, desenvolvimento e operação de projetos de infraestrutura. Quase 70% da carteira está agora fora do Canadá, contra 54% há sete anos.
A empresa possui escritórios em dezenas de países, inclusive em São Paulo e Cidade do México, de onde também administra investimentos em outros mercados latino-americanos. O CDPQ não tem planos para novos escritórios na região, segundo Farhat.
Em 30 de junho, o fundo tinha C$ 392 bilhões (US$ 284 bi) em ativos líquidos globais em seu portfólio, distribuído por mais de 65 países. Desse portfólio total de investimentos, C$ 201 bilhões foram em ações.
A América Latina responde por cerca de 4% do portfólio global do CDPQ, ante 1% em 2015, com cerca de 12% em investimentos em infraestrutura.
INVESTIMENTOS RECENTES
Entre os maiores negócios na região este ano, o CDPQ comprou os ativos de transmissão de energia do grupo italiano Terna no Brasil, Peru e Uruguai por mais de € 265 milhões (US$ 258 mi).
A rede de transmissão recém-construída do Terna na América Latina abrange aproximadamente 1,2 mil quilômetros nos três países. A aquisição marcou a entrada do CDPQ no mercado de transmissão latino-americano.
“Com este primeiro investimento em transmissão de energia no Brasil, Peru e Uruguai, estamos lançando as bases para uma nova plataforma CDPQ dedicada à transmissão de energia na América Latina, com o objetivo de torná-lo um dos players mais relevantes neste setor crítico da economia”, disse na ocasião o chefe de infraestrutura do fundo, Emmanuel Jaclot.
De acordo com Farhat, o CDPQ está olhando particularmente para a expansão na região no segmento de energias renováveis, em linha com a meta global de alcançar um portfólio neutro em carbono até 2050.
No México, Farhat disse que o CDPQ agora possui quase 2 GW em energias renováveis, divididos entre energia eólica e solar.
Na infra de telecomunicações, o CDPQ possui 50% das redes de fibra da Telefônica Brasil, na joint venture de fibra neutra FiBrasil. A participação de 50% da Telefónica é detida por meio da Telefônica Brasil e da Telefónica Infra, o braço de infraestrutura do grupo espanhol Telefónica, cada uma com 25%. Estima-se que o CDPQ pagou cerca de R$ 1,8 bilhão (US$ 345 mi) pela participação.
Até o momento, a FiBrasil revelou publicamente dois grandes contratos para uso da rede de fibra, com a Sky (da Vrio) e o ISP Vero Internet. Farhat não confirmou o número exato de clientes atuais, mas disse que a FiBrasil conta com outros clientes para sua rede.
Ele disse que o CDPQ está muito satisfeito com a parceria com a Telefónica no Brasil e acrescentou que o fundo está em negociações com outros grupos regionais de telecomunicações.
O CDPQ é um investidor regular da Telefónica na Europa, onde também possui ações da American Tower Corporation, maior fornecedora de torres sem fio do mundo.
Além da fibra, Farhat explicou que torres e datacenters são dois segmentos de infraestrutura de telecomunicações nos quais o CDPQ está explorando oportunidades na América Latina, dependendo da economia do mercado.
“O setor de telecomunicações como um todo está cada vez mais orientado para a infraestrutura”, afirmou.
No entanto, segundo o executivo, muitos ativos de torres e datacenters parecem estar supervalorizados, considerando suas características e riscos.
O CDPQ também possui, desde 2019, uma participação de 30% no grupo de infra de telecomunicações norte-americano Vertical Bridge Holdings.
A Vertical Bridge é controlada pelo fundo norte-americano Digital Bridge, que na América Latina possui a Scala Data Centers, as empresas de torres Highline do Brasil, Andean Telecom Partners e Mexico Telecom Partners, além da Mundo, operadora de fibra do Chile.
Outros importantes ativos de infraestrutura no portfólio latino-americano do CDPQ incluem uma participação de 35% na operadora brasileira de gasodutos TAG – em parceria com a Engie – e uma concessão rodoviária no México, com a australiana IFM.
O fundo também possui, por meio da operadora portuária DP World, uma participação de 45% em diversos portos, incluindo um no Chile e outro na República Dominicana.
No México, o CDPQ também fez em 2019 um investimento de US$ 500 milhões na farmacêutica independente Sanfer para apoiar seu crescimento estratégico na América Latina.
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