Geração distribuída no Brasil continuará crescendo apesar do fim da isenção tarifária

O mercado brasileiro de geração distribuída (GD) continuará crescendo nos próximos anos, apesar do fim da isenção da tarifa de distribuição de energia a partir de janeiro de 2023, de acordo com a Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD).

“A taxa de crescimento será menor em função de uma base de potência que fechará 2022 com algo entre 16 GW e 17 GW, uma adição de mais de 7 GW ou 8 GW ao sistema elétrico brasileiro”, disse à BNamericas o presidente da ABGD, Guilherme Chrispim (foto).

Outros 10 GW podem entrar no sistema em 2023, representando um crescimento de 20%. “Percentualmente, teremos um crescimento menor, mas em números absolutos de inserção de potência e projetos, continuaremos crescendo”, acrescentou.

Aprovado em janeiro, o marco legal da GD estabelece que qualquer consumidor com micro ou minigeração existente ou que solicite conexão com a rede de distribuição até 6 de janeiro de 2023 terá isenção total da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) até 2045.

Aqueles que solicitarem conexão à rede de distribuição após essa data estarão sujeitos a uma redução progressiva no custo da TUSD até que a norma definitiva sobre o assunto entre em vigor, em 2029.

Segundo a ABGD, o Brasil atingiu recentemente 15 GW de capacidade de GD. Impulsionado principalmente pela energia solar, o número inclui outras fontes, como biogás, biomassa, eólica, hídrica e cogeração a gás natural.

Dos mais de 1,8 milhão de consumidores beneficiados, 47,9% são residenciais, seguidos pelos segmentos comerciais (29,6%), rurais (14,2%) e industriais (7%).