Greve em Peñasquito pode afetar a fraca produção mineral mexicana

Trabalhadores sindicalizados da mina de ouro e prata a céu aberto Peñasquito, da Newmont, completaram uma semana de greve por supostas violações do acordo coletivo de trabalho assinado em junho de 2022.

Em nota, a Minera Peñasquito pediu ao sindicato que suspenda a paralisação e mantenha o diálogo, além de reiterar que tem cumprido o acordo estabelecido. A empresa suspendeu as operações no complexo localizado no norte do país após receber uma notificação da ação sindical.

Se a paralisação persistir naquela que é hoje a maior mina de ouro do México, localizada no estado de Zacatecas, os já fracos números da produção mineral sofreriam um revés ainda maior.

Entre janeiro e abril, a produção mineral mexicana registrou uma contração de 0,1% em relação ao ano anterior, segundo os dados mais recentes da agência de estatísticas Inegi. A paralisação de Peñasquito afetaria os números de junho e ofuscaria ainda mais as perspectivas sombrias para este ano.

“Essa crise trabalhista vai colocar à prova duas coisas: a capacidade do governo como mediador e a disposição dos trabalhadores e da empresa para chegar a um acordo satisfatório para ambas as partes e que, ao mesmo tempo, não interfira na produção ou na exportação de ouro”, disse o analista econômico Pedro Tello à BNamericas.

A subsidiária da Newmont reiterou na noite da última terça-feira (13) seu “interesse em encontrar uma solução que permita o encerramento da greve em benefício de todas as partes”.

“A Minera Peñasquito está aberta à realização de reuniões de conciliação para chegar a uma solução compatível com o acordo coletivo de trabalho e seguirá cumprindo os trâmites legais, respeitando os direitos de todos os seus colaboradores, incentivando o sindicato a manter um diálogo construtivo e fornecendo às autoridades todas as informações solicitadas”, acrescentou.

A empresa destacou que “respeita e seguirá respeitando todos os programas sociais, de apoio e compromissos que tem com as comunidades, exceto aqueles que não puderam ser executados ou tenham sofrido atrasos devido à suspensão das atividades por conta da greve”.

Com sede em Denver, a Newmont é a maior produtora de ouro do mundo.

No primeiro trimestre, a Newmont produziu 1,27 milhão de onças de ouro, 5% a menos que no mesmo período do ano passado, principalmente devido à menor recuperação e ao teor mais baixo da laminação em Peñasquito, como resultado do sequenciamento planejado da mina. Outros fatores incluíram o impacto do fechamento de uma usina na operação australiana de Tanami devido à chuva e uma queda na produção nas minas de ouro de Nevada, disse a empresa anteriormente.