Grupo de telecomunicações GTT ressurge após falência

O provedor de serviços gerenciados e conectividade em nuvem GTT, anteriormente chamado de Global Telecom and Technology, emergiu de seus casos de falência do Capítulo 11 norte-americano após mais de dois anos de reestruturação corporativa e financeira.

A empresa, que mantém sites ethernet e IP em São Paulo, Rio de Janeiro e Cidade do México, entrou com pedido de recuperação judicial pela primeira vez em outubro de 2021.

“Hoje marca o início de um novo capítulo importante para a GTT”, disse o CEO Ernie Ortega em comunicado.

“Nos últimos dois anos, nos concentramos incansavelmente em transformar nosso negócio em um provedor de serviços gerenciados com foco no cliente, com uma cultura de melhoria contínua. Ao começarmos 2023 em um novo caminho, estou tremendamente empolgado com as oportunidades que temos pela frente”, acrescentou.

Ao longo desse período, a empresa conseguiu reduzir sua dívida em cerca de US$ 2,8 bilhões, bem como atrair novos investidores.

Por exemplo, vendeu sua divisão de infraestrutura para a I Squared Capital por US$ 2,1 bilhões, reduzindo a dívida em aproximadamente 80%, de acordo com a GTT.

As afiliadas administradas pela Lone Star Funds, Anchorage Capital Group, Fidelity Management & Research Co. e Cheyne Capital, coletivamente, compreendem a nova liderança de investidores e possuem a maioria do patrimônio reorganizado da GTT.

O portfólio de serviços gerenciados da GTT inclui as soluções Software-Defined Wide Area Network (SD-WAN) e Secure Access Service Edge (SASE), bem como soluções globais de rede e conectividade.

A empresa com sede na Virgínia opera uma rede IP Tier 1 e anunciou recentemente um lançamento em fases de 400 Gb para atender a um aumento contínuo de dois dígitos no tráfego IP do cliente em sua rede IP principal, que conecta mais de 260 cidades em seis continentes, segundo a empresa.

AMÉRICA LATINA

Em outubro, a empresa assinou um novo contrato com a Cologix, grupo de interconexão e datacenter de ponta de hiperescala dos Estados Unidos, para estabelecer um novo Ponto de Presença (PoP, ou pontos de interconexão de rede) para atender a América Latina.

O PoP da GTT foi estabelecido no datacenter digital JAX1 da Cologix em Jacksonville, Flórida, visando atender clientes na área metropolitana local e fornecer conectividade de alta velocidade de e para a América Latina. A GTT afirma ter mais de 600 PoPs globais em todo o mundo.

A JAX1 fornece acesso a dois sistemas de cabos submarinos para a América Latina: America Movil Submarine Cable System-1 (AMX-1) e Pacific Caribbean Cable System (PCCS).

O primeiro é um sistema de 17,5 mil km lançado em 2014 que conecta a Flórida a Barranquilla, Cartagena e Schooner Bight (Colômbia), Fortaleza, Salvador e Rio de Janeiro (Brasil), Puerto Plata (República Dominicana), Cancún (México), San Juan (Porto Rico) e Puerto Barrios (Guatemala).

Em novembro, a América Móvil disse ter investido US$ 500 milhões para estender o AMX-1 à Costa Rica por meio de uma estação de pouso em Limón.

Enquanto isso, o PCCS entrou em operação em 2015 e é um sistema de 6,5 mil km que liga a Flórida a Hudishibana (Aruba), Cartagena, Mahuma (Curaçao), Manta (Equador), Balboa e Maria Chiquita (Panamá), San Juan e Tortola (Ilhas Virgens Britânicas).

A empresa Cable Andino, com sede em Guayaquil, é proprietária da PCCS junto com Telxius, C&W e a SETAR de Aruba. A Telconet e a DRG também trabalharam juntas durante a construção do PCCS, que, como o AMX-1, foi fabricado pela ASN da Nokia.