Inflação no setor argentino de construção continua em ascensão

A inflação no setor argentino de construção seguiu em uma trajetória ascendente após que a administração de Javier Milei decidiu desvalorizar o peso.

Na grande Buenos Aires, abrangendo a capital federal e 24 municípios vizinhos, a inflação do setor atingiu 30,1% em dezembro, comparado com 11,3% em novembro, segundo os últimos dados da agência de estatísticas Indec.

A inflação anual do setor atingiu 223% na região.

Os preços mensais dos materiais de construção saltaram 48,3%, com os fornecimentos de ferro aumentando 104% e os eletrodomésticos 83,2%. Os custos trabalhistas aumentaram 9,9% e as despesas gerais 21,3%.

Logo após assumir o cargo, em 10 de dezembro, o presidente Javier Milei decretou uma desvalorização de 54% da moeda local como parte da estratégia para suspender os controles governamentais sobre os mercados cambiais.

As empresas de construção queixaram-se de que as taxas de câmbio variáveis, uma para transações oficiais e outra para o mercado informal, dificultava as importações, uma vez que a obtenção de dólares americanos por meio dos canais oficiais era lenta e causava atrasos e custos gerais adicionais.

No entanto, estas empresas também criticaram a proposta de Milei de reduzir os investimentos em infraestrutura pública ao mínimo, alegando que a medida poderia arriscar dezenas de milhares de empregos.

NÚMEROS DAS PROVINCIAS

Em Mendoza, os custos dos materiais aumentaram 44,3% em dezembro, em comparação com 22,4% em novembro, segundo a associação local Red Edificar. A inflação anual do setor foi de quase 355%.

Córdoba relatou um aumento de 20,6% e uma inflação anual do setor de 191%, embora a agência de estatísticas da província utilize uma fórmula diferente da Indec.

Santa Fé ainda não divulgou os números do setor, mas o índice geral de preços aumentou 27,9% em relação ao mês anterior em dezembro, enquanto a inflação anual atingiu 215%.