KCSM relata recuperação lenta dos bloqueios ferroviários de 2021 no México

A empresa ferroviária Kansas City Southern de México (KCSM) perdeu US$ 35 milhões devido ao bloqueio de suas linhas no sudoeste do México em 2021 e ainda não se recuperou totalmente dos impactos econômicos.

Os bloqueios, relacionados ao pagamento de dívidas do governo a professores, afetaram as operações de carga da empresa até o porto de Lázaro Cárdenas, paralisando os trens entre agosto e outubro do ano passado.

Esses problemas levaram a uma queda de cerca de 14% na carga transportada por ferrovia a partir do porto na costa do Pacífico, segundo o presidente da KCSM e chefe da associação ferroviária mexicana (AMF), Óscar Del Cueto.

“Muitos de nossos clientes escolheram um meio de transporte diferente ou outro porto de entrada para seus produtos. Recuperamos cerca de 2 a 3 pontos percentuais de um total de 14% do frete que perdemos”, disse ele durante a XX ExpoRail, organizada pela AMF na Cidade do México. “O foco principal agora é reconquistar a confiança dos clientes”, acrescentou.

Segundo Del Cueto, a maior parte da carga que antes era transportada por trem e hoje é movimentada por outros meios envolve bens de consumo, produtos para lojas de departamento e eletrodomésticos importados de diferentes países que entram nos mercados da Cidade do México, San Luis Potosí ou Nuevo León.

“Estimamos que durante esses 90 dias perdemos US$ 35 milhões, somente nós como empresa ferroviária. Também teríamos de somar o que os clientes perderam, […] eles foram os mais afetados pela situação”, apontou.

A Caintra, câmara do setor no estado de Nuevo León, estimou em setembro do ano passado que as perdas devido aos bloqueios somavam cerca de US$ 3,8 bilhões, segundo o serviço de notícias T21. Enquanto isso, a associação industrial do estado de Michoacán, Aiemac, informou que esse problema levou à retenção de cerca de 50.000 t no porto de Lázaro Cárdenas.