México reduz subsídios aos preços dos combustíveis
A Secretaria das Finanças do México cortou novamente os subsídios aos preços dos combustíveis na sexta-feira (29), o sexto corte semanal consecutivo, apesar do país ter intensificado as medidas anti-inflacionárias em outras áreas.
Um estudo publicado na quinta-feira (28) pela empresa mexicana de pesquisa de mercado de combustíveis Petrointelligence sugere que o governo começará a eliminar os subsídios no próximo mês.
Falando à BNamericas, o CEO da Petrolintelligence, Alejandro Montufar Helu Jiménez, disse que as reduções de subsídio anunciadas na sexta-feira (29) confirmam sua visão de que o subsídio para a gasolina premium terminará na “segunda semana de agosto”, enquanto o da gasolina regular será abolido entre dezembro e janeiro.
“Isto se deve inteiramente à queda nos preços internacionais [do petróleo] que estão gerando temores de uma recessão global”, acrescentou Montufar, apontando para o provável resultado dos esforços dos bancos centrais para combater a inflação com aumentos das taxas de juros.
Os esforços do governo parecem estar valendo a pena, pelo menos na bomba, com o preço médio da gasolina no México em US$ 1,16/litro em 25 de julho, comparado com a média global de US$ 1,41/litro, de acordo com a Global Petrol Prices.
O subsídio, um estímulo fiscal diretamente do Tesouro, é apenas uma das várias medidas que o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador implementou para combater os altos preços da energia, que estão em alta desde o início de 2021.
Outras medidas incluem o controle de preços do GLP, o congelamento das tarifas de energia e a redução da alíquota do IEPS para diesel e gasolinas.
O governo introduziu o estímulo fiscal e reduziu a taxa de arrecadação do IEPS para 0% na semana que começou em 28 de fevereiro, apenas quatro dias após a invasão da Ucrânia pela Rússia, quando os preços globais do petróleo dispararam.
O preço da mistura de óleo Mexican Mix também saltou, atingindo um pico em 8 de março pouco abaixo de US$ 120/b (barril), com as vendas externas de petróleo ajudando o governo a compensar parcialmente as medidas de preço de energia. O mix estava sendo negociado a US$ 95,75/b na noite de sexta-feira (29).
A evolução dos subsídios aos preços do gasóleo é apresentada no gráfico abaixo.
Para a semana encerrada em 5 de agosto, a secretaria estabeleceu o subsídio fiscal para a gasolina de alta octanagem em 0,76 pesos por litro, 1,32 pesos por litro para gasolina comum e 2,78 pesos por litro para diesel. Isso está abaixo do estímulo da semana anterior, de 1,49, 1,71 e 3,65 pesos por litro, respectivamente.
O imposto de consumo de combustível (IEPS) será novamente fixado em 0%, refletindo um estímulo de 4,63 pesos por litro para premium, 5,49 para gasolina comum e 6,03 para o diesel.
O governo continua a sinalizar um forte compromisso com as medidas de preços de energia.
AMLO declarou na semana passada que comprometeu a Secretaria das Finanças a injetar até 500 bilhões de pesos (US$ 24,5 bi) para manter os preços dos combustíveis baixos “se as coisas continuarem assim pelo resto do ano”.
Luis Gonzalí, vice-presidente e codiretor de investimentos da Franklin Templeton México, disse à BNamericas que os impactos na economia dos esforços do governo para conter os aumentos dos preços dos combustíveis foram “relativamente bons”.
“Pode ser muito criticado, sendo acompanhado por uma certa erosão das finanças públicas”, disse Gonzalí e, embora ajude principalmente quem tem veículos próprios, “há efeitos de segundo grau que estão sendo evitados”.
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