Novo supercomputador da Petrobras entra em operação total

O mais novo supercomputador da Petrobrás, de R$ 300 milhões (US$ 56,6 mi), está operando em plena capacidade, informou a multinacional francesa de TI Atos em comunicado.

Apelidada de Pégaso, a máquina de processamento de alta capacidade (HPC) foi montada e implantada pela Atos, com GPUs fornecidas pela Nvidia e servidores pela Supermicro.

“A entrega de um projeto dessas dimensões é sempre um desafio, são mais de 30 toneladas de equipamentos transportados em 32 caminhões”, afirmou em comunicado à imprensa Luis Casuscelli, diretor de big data e segurança da Atos para a América do Sul.

A Atos começou a montar Pégaso para a Petrobras em junho, conforme noticiado pela BNamericas.

Atualmente, a Petrobras possui quatro supercomputadores core em operação – Pégaso, Fênix, Atlas e Dragão – todos fornecidos pela Atos, além de outras máquinas HPC de apoio.

A gigante do petróleo usa as máquinas para potencializar o processamento de dados geofísicos e geológicos – reduzindo incertezas e riscos do projeto –, bem como para reduzir o tempo entre a descoberta de um campo de petróleo e o início da produção.

“Nos últimos anos, ajudamos a Petrobras com o Dragão, Atlas e Fênix, mas o Pégaso irá ampliar a capacidade de processamento da empresa para 63 PetaFLOPS (pico FP64)”, acrescentou Casuscelli.

Um petaflop equivale a um quatrilhão de operações por segundo.

Com 678 terabytes de memória RAM, 2.016 GPUs e uma rede de 400 Gbps, Pégaso tem uma capacidade de processamento próxima de Atlas e Dragão somados. As 30 toneladas de componentes da máquina estão distribuídas em racks os quais, alinhados, somam 35 metros.

Este é o sétimo supercomputador da Atos em operação no Brasil, tornando o país o segundo – atrás apenas dos EUA – em número de supercomputadores implantados pelo grupo de TI nas Américas.

Pégaso é o maior supercomputador da América Latina, o quinto mais poderoso da indústria global de petróleo e gás e o 33º supercomputador global no geral, segundo a Atos e a Petrobras.

Também é considerada a mais ecoeficiente do continente e a segunda na indústria petrolífera global, disseram as empresas, citando o ranking Green500.

“A assertividade na prospecção e nas análises sísmicas que uma capacidade de processamento como essa traz certamente faz com que esse investimento seja pago. Para quem opera em águas profundas, a assertividade acerca de onde fazer o furo tem um valor excepcional”, disse à BNamericas em entrevista em maio o presidente da Atos para a América do Sul, Nelson Campelo.

REDE PRIVADA

Em notícias relacionadas, a Petrobras também deve encerrar o ano com redes móveis privadas operando em cerca de 20 de suas unidades de produção onshore e offshore, de acordo com Luis Felipe de Araújo, gerente geral de operações e infraestrutura de TIC da estatal.

A rede está sendo implantada pela Telefônica Brasil, que venceu anos atrás uma licitação da petroleira para a implantação de antenas 4G LTE privadas nas instalações da Petrobras.

A meta é conectar 46 sites offshore e onshore até o final de 2024, evoluindo gradativamente para a tecnologia 5G, conforme noticiado anteriormente pela BNamericas.

Do total, 29 são plataformas nas bacias de Campos e Santos e 17 são unidades terrestres, incluindo refinarias, usinas de processamento de gás, armazéns, centro tecnológico e portos.

“É uma jornada. Ainda falta muito para termos uma radiação completa na Petrobras, mas estamos indo bem”, ressaltou Araújo durante um webinar realizado pela Convergência Digital na segunda-feira (19).

“E quando colocarmos o 5G no lugar e os aplicativos realmente começarem a ter um tipo 5G, a quantidade de dados que poderei trazer para a borda e os dispositivos IoT que poderei conectar serão imensos”, complementou.

“A expectativa é aumentar em dezenas de vezes a velocidade de transmissão de dados, potencializando operações remotas e tecnologias de monitoramento em tempo real em ambientes confinados, além de potencializar a realidade aumentada e mista e a chamada internet das coisas, entre outros avanços”, declarou anteriormente a Petrobras sobre o projeto 5G.