ONGs questionam declarações de AMLO sobre o baixo número de conflitos com mineradoras canadenses

Várias organizações civis do México alertaram que existem dezenas de conflitos ambientais, trabalhistas e de direitos humanos com mineradoras canadenses, o que contradiz comentários feitos este mês pelo presidente Andrés Manuel López Obrador, que mencionou divergências com apenas três empresas.

Em sua coletiva matinal de 18 de janeiro, AMLO disse que, das 125 mineradoras canadenses no país, uma tem problemas fiscais, enquanto o Estado deve assumir a responsabilidade pela insegurança em Guerrero, onde duas empresas denunciam extorsão por parte do crime organizado.

AMLO acrescentou que a maioria das mineradoras canadenses ajuda a evitar a destruição do território e cuida do meio ambiente e das comunidades, e são elas que mais pagam aos trabalhadores. No entanto, a declaração atraiu críticas do Human Rights Node e do Let's Change It Now.

Em uma coluna para um meio de comunicação local, Sol Pérez, integrante do coletivo Cambiémosla Ya, destacou que a Universidad Iberoamericana documentou pelo menos 70 conflitos de mineração no México, dos quais 29 correspondem a empresas canadenses.

O Observatório de Conflitos de Mineração na América Latina (Ocmal) registra 58 conflitos de mineração no México, enquanto a Faculdade de Ciências Sociais da Universidade do Chile documenta 374 eventos conflitantes em 134 projetos de mineração, e a Universidade de Barcelona registra 149 conflitos ambientais no México, dos quais 32 correspondem à atividade de mineração, explicou Pérez.

O Ministério do Meio Ambiente do México notificou recentemente a Minera Cuzcatlán sobre sua intenção de reavaliar a declaração de impacto ambiental que foi prorrogada em dezembro de 2021, por mais 12 anos, em sua mina de San José. Sua controladora, a canadense Fortuna Silver, disse que está tomando medidas legais ante essa decisão.