Petrobras acelerará implantação de redes privadas

A Petrobras está acelerando a implantação da rede privada 4G em suas instalações offshore e onshore, disse Maximiliam Vieira, consultor sênior de TIC da empresa e um dos responsáveis pelo projeto, à BNamericas.

Atualmente, as redes estão funcionando em 11 das 29 plataformas e em seis das 17 instalações terrestres, todas parte da primeira fase do projeto.

As instalações terrestres incluem refinarias, usinas de processamento de gás, usinas térmicas, terminais portuários e armazéns logísticos. Uma sétima rede terrestre está prestes a ser totalmente ativada, disse Vieira.

As redes são implantadas pela Telefônica Brasil, que venceu a licitação e ambas as empresas assinaram o contrato no ano passado. As redes usam espectro na faixa de 700 MHz, adquirida pela empresa em 2014, e na faixa de 1,8 GHz.

O projeto compreende uma rede dedicada para 46 unidades onshore e offshore até 2024, mas esse número pode aumentar à medida que a Petrobras adicionar mais plataformas.

Quase metade de toda a rede foi ativada em 2022 e Vieira está otimista que o prazo possa ser antecipado.

Antes de contratar uma operadora móvel, a própria Petrobras estava implantando antenas e equipamentos de transmissão relacionados em suas plataformas e localizações terrestres.

Para isso, a empresa obteve uma licença especial de espectro industrial, ou permissão de serviço limitado, da Anatel, reguladora de telecomunicações, e encomendou a implantação a um integrador de rede. Este integrador utilizou antenas fornecidas pela Huawei.

A Telefônica, por sua vez, não está vinculada a um único provedor, segundo Vieira.

Os equipamentos dependem da região e localização das instalações que receberão a rede, disse. A Telefônica, como outras empresas de telecomunicações, tem acordos diferentes com diferentes fornecedores de rede para regiões específicas do Brasil. A maioria dos equipamentos que a Telefônica implanta para a Petrobras vem da Nokia.

FIBRA

A Petrobras também está avançando nas conexões de fibra para suas plataformas nas bacias de Santos e Campos. A fibra permite conexões mais confiáveis e menor latência do que rádio ou satélite.

A Zemax e a Planova venceram a licitação para fazer as ligações da bacia de Santos. Um contrato de engenharia, aquisição, construção e instalação de fibra de 1,42 bilhão de reais (US$ 278 milhões) foi assinado com o consórcio ZemaxLog-Planova em dezembro de 2021.

A rede de 1 mil km deverá conectar as plataformas PMXL-1, P-66, P-67, P-68, P-69, P-70, P-74, P-75, P-76, P-77 e P -71, além dos FPSOs Guanabara e Sepetiba.

Campos

Mais recentemente, a Petrobras lançou uma licitação de fibra para 12 unidades de produção na bacia de Campos, que atraiu quatro licitantes, incluindo a Zemax. As propostas estão em avaliação.

LEIA TAMBÉM Licitação de fibra ótica offshore da Petrobras recebe quatro propostas

A rede na bacia de Campos será composta por 433 km de cabos óticos tronco em forma de anel conectando as estações de desembarque em Anchieta (estado do Espírito Santo) e Quissamã (Rio de Janeiro), bem como 113 km de cabos para os ramais da rede (incluindo três possíveis futuros ramais), 14 km de cabos terrestres e topside, e 127 km de cabos umbilicais ligando as 12 unidades.

As unidades offshore a serem conectadas são: P-48, P-56, P-51, P-43, P-40, PRA-1, P-55, P-52, P-62, P-54, P- 57 e P-58. A contratada deve seguir esta sequência para implantação.

Separadamente, a Petrobras está alienando sua rede nacional de fibra terrestre de 8 mil km.

No final de dezembro, anunciou que as empresas habilitadas para esse processo receberiam um convite com instruções sobre os próximos passos, incluindo orientações para a realização da due diligence e para a apresentação de propostas vinculantes.

LEIA TAMBÉM Os detalhes da rede de fibra terrestre que a Petrobras está vendendo