Petrobras planeja lançamento massivo de redes 5G privadas

A gigante brasileira de petróleo e gás Petrobras planeja ter redes 5G privadas operando em 46 locais offshore e onshore até o final de 2024.

Do total, 29 são plataformas nas bacias de Campos e Santos e 17 são unidades terrestres, incluindo refinarias, planos de processamento de gás, armazéns, centro tecnológico e portos, entre outras instalações, informou a petrolífera nacional em um comunicado.

A ativação do 5G virá como uma atualização das redes 4G LTE que a empresa já está implantando em algumas de suas plataformas, como disse um porta-voz da Petrobras à BNamericas no mês passado.

Essas redes estão sendo fornecidas pela Telefônica Brasil. Uma delas, com espectro nas faixas de 700 MHz e 1,8 GHz, está em testes no FPSO P-75, ancorado em Búzios, na bacia do pré-sal de Santos.

“A expectativa é ampliar, em dezenas de vezes, a velocidade de transmissão de dados, impulsionando as operações remotas e as tecnologias de monitoramento em tempo real em ambientes confinados, além de alavancar a realidade aumentada, mista e a chamada Internet das Coisas (IoT), entre outros avanços”, disse a Petrobras sobre o projeto de 5G.

A empresa também planeja aprimorar o controle remoto de drones e robôs em plantas industriais, tanto em ambientes onshore quanto offshore, ampliar a digitalização de processos e reduzir a exposição de seus trabalhadores a riscos.

Para viabilizar a rede 5G offshore, a Petrobras pretende concluir a instalação de uma rede de fibra de 1.600 km nas bacias de Campos e Santos até o final de 2023

Essa rede está sendo implantada a partir da cidade de Praia Grande, no litoral paulista.

O contrato para os serviços de engenharia, aquisição, construção e instalação de fibra foi assinado com o consórcio Zemax-Planova por R$ 1,42 bilhão (US$ 278 milhões).

A Zemax Serviços Marítimos faz parte da ZemaxLog, empresa brasileira de navegação que fornece suporte portuário e de cabotagem, além de transporte marítimo e de longa distância.

A Planova atua nas áreas de projeto e construção de diversos tipos de obras, incluindo linhas de transmissão, subestações de energia e telecomunicações.

SATÉLITES

Além de plataformas e sistemas onshore, a Petrobras disse que planeja estender o 5G para unidades móveis, como sondas, unidades de manutenção e serviço (UMS) e embarcações de apoio, apostando na combinação da rede com transmissão por satélite, especialmente satélites em órbita terrestre baixa (LEO).

Citando dados da McKinsey, a empresa disse que a combinação de 5G e satélites LEO tem potencial para gerar ganhos de até US$ 70 bilhões para a indústria global de petróleo e gás nos próximos anos.

Conforme revelado pela BNamericas, a Petrobras contratou o integrador de serviços gerenciados e telecomunicações Sencinet (antiga BT LatAm) para interconectar todas as suas unidades offshore e terrestres via satélite.

Sob o contrato de cinco anos, assinado em maio, a Sencinet deve entregar uma capacidade média de largura de banda de 240 Mbps no período. A maior parte atenderá plataformas nas bacias de Campos e Santos.

Para cumprir essa obrigação, a Sencinet fará investimentos para modernizar e expandir seu sistema de telecomunicações no teleporto de Hortolândia, no estado de São Paulo.

A Sencinet planeja usar principalmente VSat (antenas terrestres via satélite) do fabricante israelense Gilat para o projeto da Petrobras.