Petrobras trabalha para melhorar condições de financiamento de FPSOs

A Petrobras está em negociações com o Fundo da Marinha Mercante (FMM) e com bancos privados – alguns estrangeiros – para melhorar as condições de financiamento para a construção de FPSOs, disse o diretor de engenharia da estatal, Carlos Travassos, em entrevista coletiva.

O executivo confirmou que a decisão de adiar para 14 de junho o prazo para entrega das propostas comerciais de afretamento dos FPSOs (I e II) do projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP) deriva principalmente da limitação na obtenção de crédito para construção da unidade de produção.

“O mercado vive um momento diferente, e essa dificuldade não é só da Petrobras, é mundial. Está acontecendo também na contratação de sistemas e sondas submarinas, mas temos 90% das nossas sondas contratadas. Em relação aos submarinos, temos desafios tanto na parte de EPCI [engenharia, suprimentos, construção e instalação] quanto na fabricação de linhas. Estamos discutindo questões de garantia”, contou Travassos.

Segundo o executivo, a Petrobras está realizando outras quatro licitações de FPSOs.

O processo relacionado ao FPSO Albacora está em fase de negociação com a Ocyan, e a assinatura do contrato está prevista para abril.

Os FPSOs dos projetos Sépia 2 (P-84) e Atapu 2 (P-85) estão no mesmo estágio. Eles receberam propostas da China Offshore Oil Engineering Corporation (COOEC) e da Seatrium.

Enquanto isso, as propostas comerciais para o FPSO Barracuda e Caratinga deverão ser recebidas em abril.

SONDAS

A Petrobras encerrou 2023 com 25 sondas offshore contratadas. A companhia espera chegar a 31 unidades contratadas até 2026.

“Temos seis processos de contratação em andamento. Por isso, acreditamos que, se tivermos sucesso nesses processos, essa será a quantidade de sondas que precisaremos para atender ao nosso portfólio”, disse Carlos Travassos.

TANQUES

De acordo com o diretor de logística, comercialização e mercados da Petrobras, Claudio Romeo Schlosser, a Transpetro, subsidiária da empresa, pretende lançar uma licitação para a construção dos quatro navios da classe handy previstos em seu plano de negócios 2024-28.

“Há muita inflação, do ponto de vista de frete, o que torna a construção de novos navios atrativa. Identificamos a oportunidade de construir os quatro navios que já estão no plano de negócios e estamos estudando oportunidades de construir outros navios, incluindo transportadores de gás”, destacou Schlosser.

A Transpetro tem hoje 26 navios próprios que atuam na logística de cabotagem.