
Piemonte mantém planos de investimento no Brasil e prepara novas aquisições

A Piemonte Holding, grupo de investimentos por trás da empresa brasileira de datacenters Elea Digital, planeja investir entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões (US$ 95-113 milhões) no ano que vem, número que está em linha com os investimentos dos últimos dois anos, disse à BNamericas o fundador e CEO da Piemonte, Alessandro Lombardi.
Esse orçamento projetado não inclui gastos com aquisições, que têm sido o principal pilar da estratégia de expansão do grupo até o momento. A verba será direcionada para crescimento orgânico, atualizações e a conclusão de retrofits em sites existentes.
Mesmo assim, novas fusões e aquisições estão sendo preparadas e podem ocorrer ainda este ano, informou Lombardi, embora não tenha dado mais detalhes.
A compra mais recente da Elea foi um datacenter da operadora brasileira TIM em Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul. Os valores desta transação não foram divulgados.
A Piemonte/Elea gastou anteriormente R$ 325 milhões (US$ 61 milhões na cotação atual) para comprar um conjunto de cinco datacenters de outra grande telco nacional brasileira, a Oi, um deles também em Porto Alegre, como parte do processo da Oi para liberar certos ativos.
Outro datacenter adquirido pela Elea, localizado no Rio de Janeiro, pertencia à Globo, poderosa gigante da mídia brasileira. Atualmente, a Elea possui sete datacenters: Curitiba (CTA1), São Paulo (SPO1), Brasília (BSB1 e BSB2) e Rio de Janeiro (RJO1), além dos dois em Porto Alegre.
Todos esses sites têm cerca de 20 MW de potência total instalada e taxas de ocupação de capacidade próximas a 75%, segundo Lombardi.
“A nossa vocação de edge, da forma que fazemos, os outros que estão vindo não têm. Servir networking e mercado local, nenhum desses que estão lançando datacenters de borda conseguem”, disse.
FEDERAÇÃO
A distribuição de datacenters menores e descentralizados nas principais regiões metropolitanas do país faz parte de uma estratégia de ter uma rede “federalizada” composta por 10 a 12 sites em todo o Brasil. Por enquanto, porém, os datacenters da Elea estão concentrados no Centro-Sul do país.
“Nossa equipe foi ao Nordeste duas vezes este mês. Estamos olhando a região Nordeste há mais tempo que o Sul”, afirmou o executivo sobre investimentos em outras partes do país.
Questionado sobre novas aquisições de datacenters de telcos locais, Lombardi informou que não há negociações em andamento com a TIM, mas o grupo está analisando diversos ativos, envolvendo outros sites da TIM ou instalações de empresas rivais, como Claro ou Embratel.
Na maioria dos casos, esses datacenters não estavam à venda e os processos de aquisição foram iniciados pela própria Elea, segundo o executivo.
Com relação a Porto Alegre, ter dois datacenters na cidade foi importante para fins de redundância e recuperação de desastres. Além disso, de acordo com Lombardi, o primeiro datacenter da empresa no local já estava cheio de clientes e perto de atingir 100% da capacidade.
Como parte do acordo de venda, a Elea continuará prestando serviços à Telecom Italia, que detém a TIM, através do site nos próximos anos.
Além de empresas de telecomunicações e mídia, sites de companhias de serviços gerenciados de TI de médio a grande porte, bem como de players de nuvem privada, podem ser vistos como ativos interessantes a serem integrados ao portfólio da Elea, segundo Lombardi.
O foco para o próximo ano, no entanto, será principalmente o fortalecimento da capacidade dos sites atuais. “Posso adiantar que 2023 será dedicado principalmente ao aumento orgânico de potência”, disse ele.
Entretanto, o processo de retrofit de datacenters está praticamente concluído, apesar dos atrasos na chegada de novos equipamentos devido à pandemia, acrescentou.
Lombardi revelou que a empresa está atualizando seus sistemas com o objetivo de atingir uma eficiência de uso de energia (PUE) de cerca de 1,5 em todos os seus datacenters.
Essa taxa é calculada ao dividir a energia total da instalação (a energia que entra no site) pela energia dos equipamentos de TI (a energia efetivamente usada para operar as máquinas).
A Vertiv é um dos principais fornecedores de equipamentos da Elea, fornecendo equipamentos de refrigeração e ar-condicionado. A Elea também conta com máquinas da Caterpillar, Schneider Electric e Honeywell, entre outras.
AMÉRICA LATINA
Enquanto o plano de federação do Piemonte continua focado no Brasil, também estão sendo analisadas expansões para outros países da América Latina, principalmente na costa atlântica, disse o executivo.
“Podemos pensar naturalmente tanto em Uruguai, Argentina, quanto Colômbia, Guatemala e até Panamá. A partir daí, assim sim, é possível descer para Peru e Chile.”
A prioridade nesses casos são regiões que possam viabilizar a interconectividade com rotas submarinas internacionais, sejam elas existentes ou em fase de planejamento.
“O Uruguai é interessante para o setor de datacenters pelo custo relativamente menor da energia [em comparação com outros mercados]. Mas os nossos estudos estratégicos indicam que, sim, Porto Alegre será um ponto de chegada importante de cabos submarinos.”
Porto Alegre ainda não é um local relevante para cabos submarinos no Brasil, pois as principais cidades-âncora do país são Fortaleza, Rio de Janeiro e Praia Grande.
Porém, de acordo com Lombardi, os players internacionais têm projetos em construção com conexões em Porto Alegre. “É uma questão de meses, não de anos”, argumentou o executivo.
O Uruguai recebe diversos cabos como Tannat/Monet, operado por um consórcio formado pela Angola Cables, Google, Algar Telecom e Antel, além dos sistemas legados Unasul e Bicentenario.
O Google também pretende começar a operar em 2023 o Firmina, um cabo de uso próprio e exclusivo que conecta a América do Sul aos EUA pelo Atlântico e tem uma de suas conexões em Punta Del Este.
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