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Por que os distribuidores brasileiros de fibra ótica estão cada vez mais entrando na onda da energia solar

Bnamericas Publicado: terça-feira, 20 dezembro, 2022
Por que os distribuidores brasileiros de fibra ótica estão cada vez mais entrando na onda da energia solar

Os laços comerciais com fabricantes asiáticos e uma crescente demanda doméstica por equipamentos renováveis estão levando cada vez mais os tradicionais distribuidores brasileiros de fibra a adicionar equipamentos solares ao seu portfólio.

Uma das novidades é a Dicomp, distribuidora paranaense com 24 anos de experiência no atendimento ao segmento de telecomunicações local.

Há menos de dois anos, a empresa começou a vender painéis fotovoltaicos, inversores e equipamentos solares relacionados, apostando no crescimento do segmento no país. Agora, cerca de 40% das vendas vêm do negócio solar/renovável.

“Em 2020-21, o segmento que mais cresceu foi o de telecomunicações. A pandemia impulsionou muito o mercado, com vendas de fibra ótica e outros ativos de rede. Em 2022, as telecomunicações tiveram um certo abrandamento, mais devido ao boom do ano anterior, enquanto as energias renováveis cresceram muito”, disse o CEO da Dicomp, Filipe Favoto, à BNamericas.

Desde 2020, as vendas de equipamentos solares da Dicomp aumentaram 335%, em parte porque o segmento era novo, em parte pela demanda aquecida.

O mix de receita da distribuidora é atualmente 40% de telecomunicações, 40% de energia solar e 20% de automação industrial e soluções de segurança, disse Favoto.

A OIW Telecom Solutions, que afirma estar entre as maiores importadoras de fibra ótica da América Latina, também se voltou para a energia solar. As vendas começaram em julho e o objetivo era alavancar a rede de distribuição estabelecida e os canais diretos com fornecedores asiáticos para se tornar um importante importador e distribuidor de equipamentos solares, disse o CEO da OIW, Fabricio Ferreira, à BNamericas, em junho.

Em maio, a OIW também fechou uma parceria com a Huawei para incorporar os equipamentos de telecomunicações da empresa chinesa em seu portfólio.

“O potencial de expansão [para equipamentos solares] é muito grande. Estávamos procurando entrar nesse mercado desde 2018 e agora entendemos que era o momento certo para usar nossa estrutura de distribuição e iniciar a operação”, disse Ferreira, na época.

A Dicomp, por sua vez, distribui painéis solares fabricados principalmente pela canadense Canadian Solar e pela chinesa JA, e inversores solares, entre outras, pela Hoymiles e Epever, ambas chinesas.

A empresa também representa players como Ubiquity, HTGT e Microtic.

Em telecomunicações, a Dicomp possui uma linha própria de passivos óticos, chamada Nazda, que é 100% produzida na China por um fabricante de equipamentos originais, disse Favoto. A Dicomp tem uma unidade perto de Xangai para servir de depósito e controle de qualidade dos equipamentos fabricados, disse.

Entre meados de 2021 e meados de 2022, cerca de 15% das ações da Dicomp foram afetadas pela crise de componentes, o que Favoto considera um “sucesso”, levando-se em conta a situação geral do mercado.

As vendas da Dicomp no Brasil são voltadas principalmente para revendedores e integradores, responsáveis pela instalação dos equipamentos para clientes finais, ou provedores de serviços de internet em telecomunicações.

PANORAMA

Para 2023, a empresa projeta pouco crescimento para o negócio de telecomunicações, em linha com os níveis de 2022, e outra expansão sólida em solar, embora não tão forte quanto nos anos anteriores.

A Dicomp espera crescer de 20 a 25% em receita no próximo ano, ante 12% projetado para 2022.

O CEO cita dois motivos para uma pequena desaceleração na energia solar: o aumento da concorrência, com novos entrantes, e um projeto de lei aprovado no Congresso e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro neste ano.

A lei introduz custos de distribuição para quem gerar sua própria energia solar em sistemas conectados à rede (on grid) a partir de janeiro. Anteriormente, esses investimentos eram isentos, o que incentivava a aquisição de equipamentos solares.

Um novo projeto de lei em discussão no Congresso, porém, adiaria essas cobranças.

“Talvez, e tenho 80% de certeza disso, o prazo seja estendido até julho. A Câmara dos Deputados já aprovou essa prorrogação, e o texto foi para o Senado. Se houver atraso nas cobranças, acreditamos que isso dará um novo impulso às vendas. Os consumidores vão querer tirar proveito disso e nossas vendas serão maiores.”

Entre os principais clientes de telecomunicações da Dicomp estão os maiores ISPs do Brasil, como Alloha, Unifique e Brisanet, que adquirem fibra ótica, ativos Wi-Fi e alguns ativos de rede.

No ano passado, a empresa vendeu 70 mil quilômetros de fibra ótica, ante 600 mil quilômetros da OIW.

A Dicomp aposta nas redes GPON e pretende lançar novos produtos nos próximos meses, disse Favoto.

Em solar, a aposta é em produtos híbridos – on-grid e off-grid – para residências e empresas que buscam baterias para armazenamento de energia solar. “2023 será o começo disso e vemos um impulso mais forte em 2024 e 2025.”

Segundo Favoto, a Dicomp tem 14 mil clientes, dos quais 4 mil são compradores mensais.

A empresa investiu R$ 10 milhões (cerca de US$ 2 milhões) em sua sede em Santa Catarina, que deve ser inaugurada em meados de 2023. Também inaugurou um centro de distribuição em Contagem, Minas Gerais, e estuda um novo local para 2023, seja no Espírito Santo ou no Nordeste, disse.

 

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