Raio-x: projetos de energia que devem entrar em construção em 2024 no Chile

Este ano, 52 projetos de energia, com investimentos combinados de US$ 17,2 bilhões, estão programados para entrar na fase de construção no Chile, de acordo com o Forecast, ferramenta de previsão de projetos da BNamericas.

A capacidade de geração instalada associada é de 13,9 GW.

A previsão é que o número de projetos a entrar em construção aumente a cada trimestre, atingindo um máximo de 18 no quarto trimestre – correspondentes a um total de US$ 9,3 bilhões e 6,4 GW.

Projetos de energia que entrarão em fase de construção no Chile em 2024, por trimestre. Fonte: Forecast da BNamericas

O Chile está abandonando a produção derivada de combustíveis fósseis, concentrando-se em parques eólicos e solares e sistemas de armazenamento de energia, que podem ajudar a mitigar a intermitência das fontes renováveis e a absorver o excesso de oferta durante o dia no ensolarado norte do país.

Os dois maiores projetos que poderão entrar em fase de construção este ano refletem essa tendência: um par de iniciativas de energia solar fotovoltaica e solar concentrada promovido pela Andes Green Energy.

Custando US$ 2,79 bilhões e envolvendo cerca de 300 MW de energia solar concentrada e 710 MW de energia solar fotovoltaica cada, as centrais – Seongnam e Ghungnam KCS – ficariam nas regiões de Antofagasta e Tarapacá, respectivamente.

Do jeito que as coisas estão, em 2025, 61 projetos devem entrar em construção, com um investimento combinado de US$ 25 bilhões e capacidade instalada de 14,4 GW.

Os dados previstos abrangem projetos de geração, armazenamento e transmissão de energia.

CAPACIDADE

A capacidade operacional instalada do Chile era de 33,3 GW em novembro, um aumento de 8,7% ano a ano, de acordo com um relatório de janeiro da câmara de geração Generadoras de Chile.

As termelétricas responderam por 12,0 GW, envolvendo ativos movidos a carvão (4,60 GW), gás natural (3,87 GW) e combustíveis líquidos (3,49 GW).

O parque de energias renováveis de 21,3 GW compreendia energia solar fotovoltaica (8,46 GW), eólica (4,58 GW), hidrelétrica (7,50 GW), biomassa (596 MW), solar concentrada (114 MW) e geotérmica (95 MW).

O país está em processo de desativação de sua frota de 5,5 GW de centrais a carvão, o que poderia exigir pelo menos 15 GW em novos projetos de energias renováveis e capacidade de armazenamento, uma meta que não incorpora a demanda associada à expansão econômica.

GERAÇÃO

Em termos de geração bruta de energia, a produção em janeiro foi de 7,35 TWh, um aumento de 4,1% em relação ao ano anterior.

O segmento de renováveis foi responsável por 5,52 TWh, alta de 26,8%, com as termelétricas produzindo 1,83 TWh, queda de 32,4%.

CORTES NA PRODUÇÃO

Os cortes na produção (curtailment) aumentaram 80,1% em 2023, para 2,65 TWh, uma tendência de alta normalmente observada em países com produção variável crescente de energias renováveis.

Esse fenômeno pode ser administrado por medidas como melhorias na utilização e no planejamento do sistema de transmissão, combinadas com uma expansão do armazenamento de energia e o desenvolvimento de esquemas de gestão da demanda, aponta o relatório da Generadoras de Chile.

LICENCIAMENTO

Em dezembro, 13,6 GW em projetos de geração de energia estavam em avaliação ambiental, totalizando 138 iniciativas e um investimento estimado de US$ 16,2 bilhões, segundo o relatório.

A energia solar fotovoltaica foi responsável por 7,9 GW, seguida pela geração eólica (3,55 GW), híbrida de energia solar fotovoltaica e eólica (2,0 GW) e a biomassa (6 MW).

No segmento termelétrico, funcionários do serviço de avaliação ambiental SEA também estavam analisando 40 MW de projetos de combustíveis líquidos e um projeto de gás natural de 42 MW.

De acordo com um relatório da câmara de energia renovável e armazenamento Acera, em dezembro, 1,23 GW de capacidade de armazenamento independente, juntamente com 7,43 GW de capacidade projetos de renováveis e armazenamento, estavam no processo de revisão ambiental.