Rede de fibra offshore da Petrobras será concluída em 2025

Um projeto da Petrobras para conectar 25 plataformas nas bacias de Santos e Campos com fibra ótica deve ser concluído no primeiro trimestre de 2025, apurou a BNamericas.

Mais especificamente, essa data de entrega se refere ao projeto da bacia de Campos, o mais novo dos dois, afirmou Fernando Brazil, diretor de desenvolvimento de negócios da Blue Marine Telecom, do Grupo Zmax, em bate-papo com a BNamericas.

A Blue Marine, unidade offshore de telecomunicações da Zmax, ganhou as duas licitações lançadas pela Petrobras. O contrato de R$ 1,4 bilhão (US$ 283 milhões) da bacia de Santos foi assinado em dezembro de 2021. A Zmax venceu a licitação em consórcio com a Planova.

Já o contrato da bacia de Campos, no valor de R$ 1,1 bilhão, foi assinado em junho deste ano, segundo o executivo.

“O projeto da bacia de Santos está a todo vapor. O dia 30 de agosto foi um marco muito importante para este projeto, pois concluímos o shore-end, que é a ligação do cabo de entroncamento à orla, na praia da Macumba, no Rio de Janeiro”, disse Brazil.

Para os serviços de shore-end, a Blue Marine subcontratou a empresa especializada Gulf Marine, uma subsidiária integral da Gulf Oil International, parte do Grupo Hinduja, dos Emirados Árabes Unidos.

No total, 1.200 km de fibra ótica estão sendo implantados na bacia de Santos para conectar, inicialmente, 13 plataformas e FPSOs, segundo Brazil. Essas unidades são PMXL-1, P-66, P-67, P-68, P-69, P-70, P-74, P-75, P-76, P-77 e P-71, além dos FPSOs Guanabara e Sepetiba.

O projeto de Santos está no caminho certo e registra cerca de 60% de progresso, com conclusão prevista para março de 2024, apontou Brazil.

Na bacia de Campos, as obras ainda estão em fase de engenharia, levantamento do local e visitas aos pontos de conexão de cabos. A implantação do cabo está prevista para começar no segundo semestre de 2024, e a conclusão está prevista para março de 2025.

O sistema será composto por um cabo ótico tronco em forma de anel de 433 km, conectando as estações terrestres de Anchieta (ES) e Quissamã (Rio de Janeiro), além de 113 km de cabos para as ramificações da rede do projeto, incluindo três possíveis ramificações futuras, 14 km de cabos terrestres e topside e 127 km de cabos umbilicais ligando 12 unidades.

As unidades offshore a serem conectadas são P-48, P-56, P-51, P-43, P-40, PRA-1, P-55, P-52, P-62, P-54, P-57 e P-58. A Blue Marine deve seguir esta sequência durante a implantação.

A Blue Marine Telecom contratou como fornecedora e instaladora de cabos para ambos os projetos a chinesa HMN Tech, antes propriedade da Huawei, mas que hoje é controlada pelo grupo Hengtong. Originalmente, HMN significava Huawei Marine Networks.

Em 2020, a Hengtong concluiu a aquisição de 81% da Huawei Marine Networks e rebatizou a empresa como HMN Technologies. A New Saxon 2019 do Reino Unido detém os 19% restantes.

Até o momento, a HMN Tech afirma ter implantado mais de 80.000 km de sistemas de redes submarinas em todo o mundo.

No Brasil, a Hengtong também é fornecedora, através de sua subsidiária local HT Cabos, de outro projeto emblemático de fibra subaquática: o trecho Infovia 01 do projeto de backbone subfluvial Norte Conectado, na Amazônia.

Para o projeto mais avançado da bacia de Santos, todo o cabeamento foi testado e validado pela Blue Marine e pela Petrobras, e está sendo implementado a partir do navio especializado Bold Maverick.

Para a Petrobras, as redes de fibra offshore também são fundamentais para seu projeto de redes privadas 4G e possivelmente 5G, que atenderá 29 plataformas nas bacias de Campos e Santos até o final de 2024.

A Nokia é a fornecedora de antenas desse projeto, enquanto a Telefônica Brasil fornece a rede, mas os equipamentos de transmissão sem fio serão conectados a redes de fibra.

Em paralelo a essa rede de fibra offshore, a Petrobras lançou um processo de venda de sua rede de fibra terrestre, mas esse desinvestimento poderá ser interrompido.

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Rede de fibra terrestre da Petrobras