Refinaria mexicana Olmeca não atingirá meta de suficiência energética, diz reportagem
Serão necessários pelo menos mais dois anos até que a refinaria Olmeca, de US$ 12 bilhões, atualmente em construção no México, alcance capacidade de processamento suficiente para atender às metas de autossuficiência de gasolina e diesel do governo.
O jornal El Universal informou que este cronograma atualizado apareceu em um kit de informações da Secretaria de Energia (Sener) enviado às empresas que realizam obras complementares de refinaria.
Ele sugeriu que a refinaria que está sendo construída em Dos Bocas, estado de Tabasco, não poderá atingir a capacidade de processamento de 340 mil b/d até setembro de 2023, data que a petrolífera nacional Pemex havia apresentado como meta no final de 2021.
Uma abertura suave da refinaria, envolvendo testes, está prevista para setembro, com operações completas programadas para começar um ano depois.
O CEO da Pemex, Octavio Romero Oropeza, disse em dezembro que o México poderá canalizar toda a produção upstream para o refino a partir do próximo ano. As operações de refino da empresa deverão cobrir 87% do consumo nacional de gasolina e 100% da procura de diesel assim que Olmeca abrir.
As novas projeções da Sener, no entanto, mostram que Olmeca não atingirá a capacidade necessária de 80% até o início de 2026.
O El Universal também citou um estudo da consultoria de construção mexicana Scala sobre a conexão ferroviária planejada entre a refinaria e a principal estação ferroviária da cidade, incluída em uma análise da Secretaria dos Transportes, Infraestrutura e Comunicações (SICT).
O estudo disse que “com base no que a Secretaria da Energia relata, a refinaria de Tabasco está projetada para receber 240 mil b/d de petróleo para produção em 2023, atingindo 267 mil b/d até 2025 e até 2026 chegará a 340 mil b/d”.
A contribuição de 340 mil b/d de Olmeca é apenas um dos vários elementos do plano da Pemex de atingir 2 MMb/d (milhões de barris por dia) em capacidade de refino até 2024, quando o mandato do atual governo termina.
A Pemex planeja atingir a capacidade de processamento de 323 mil b/d em 2024 na planta de Deer Park – no Texas, recentemente adquirida –, que possui capacidade nominal de 340 mil b/d, além de 1,34 MMb/d das seis refinarias nacionais que estão passando por melhorias.
A capacidade total de refino do plano é igual à meta de produção nacional do presidente Andrés Manuel López Obrador (AMLO), de 2 MMb/d até 2024, embora este número pareça cada vez mais fora de alcance.
Enquanto a Pemex interrompeu um declínio de sete anos na produção de petróleo, alcançando um aumento de 1,701 MMb/d para 1,705 MMb/d em 2021, os níveis de produção não aumentaram desde então. A expansão da produção de fevereiro estagnou.
A produção nas concessões do país, todas operadas pela Pemex, combinada com a produção dos projetos da Pemex que foram migrados para o modelo de contrato, caiu pelo quarto mês consecutivo em fevereiro, de 1,59 MMb/d para 1,57 MMb/d, segundo dados preliminares dados da Comissão Nacional de Hidrocarbonetos (CNH).
No mesmo período, a produção privada aumentou pelo sétimo mês consecutivo, para 64 mil b/d.
Mas os números são ruins para 2022, uma vez que a Pemex planeja produzir 1,84 MMb/d. As projeções da Secretaria da Fazenda construídas no orçamento de 2022 são ainda mais modestas, visando uma média de 1,82 MMb/d.
Ainda assim, o sistema de refino mexicano deu sinais de recuperação nas primeiras sete semanas do ano.
Na semana encerrada em 20 de fevereiro, a produção média de gasolina foi de 306,2 mil b/d, e o sistema atingiu um volume de processamento de 958 mil b/d, com utilização de refinarias de 58,8%, um nível não visto há mais de cinco anos, informou o El Universal.
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