Regulador sugere que meta de produção de petróleo do México está fora de alcance

A meta do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador de elevar a produção de petróleo para 2 MMb/d (milhões de barris por dia) antes de deixar o cargo em 2024 não será cumprida, de acordo com as últimas projeções do regulador.

O relatório da comissão de hidrocarbonetos CNH projeta a produção de óleo cru atingindo 1.789 MMb/d até 2024 no mais otimista dos três cenários, acima dos 1.626 MMb/d em junho deste ano.

A projeção do cenário mais pessimista, por sua vez, estima que a produção aumentaria para apenas 1.650 MMb/d em 2024.

No melhor cenário da CNH, a produção de petróleo só atingiria a meta do presidente em 2026, com 2,013 MMb/d, enquanto o pior cenário indica um pico de 1,872 MMb/d em 2027 antes de uma queda.

Fonte: CNH

O presidente, popularmente conhecido como AMLO, dedicou dezenas de bilhões de dólares e uma grande parte de seu considerável capital político para o fortalecimento da petroleira nacional Pemex.

O objetivo é reverter a queda na produção nacional de petróleo e gás, mas o governo também reduziu drasticamente a participação do setor privado.

POSSÍVEIS SOLUÇÕES  

A produção nos campos que AMLO designou como projetos prioritários, onshore e em águas rasas do Golfo do México, foi em grande parte decepcionante. Recentemente, a presidente temporária da CNH, Alma América Porres, veio a público para incentivar o governo a mudar sua estratégia.

Porres argumentou que o México precisa deixar de lado sua oposição ao fraturamento hidráulico e desenvolver depósitos de gás não convencional na região nordeste, perto da fronteira com os EUA. O presidente declarou o fracking ilegal em seu primeiro mês no cargo, em dezembro de 2018, mas as propostas para proibir, de fato, a prática não conseguiram ganhar força no Congresso.

Depósitos em águas profundas são outra fonte de recursos eventuais, segundo Porres, mas exigem cooperação com o setor privado.

O relatório da CNH também apresenta cenários de alta, base e baixa para a produção de petróleo e gás por tipo de contrato.

A perspectiva de alta para a produção de petróleo de contratos vinculados às rodadas de petróleo e gás do México de 2015-2017 deve atingir o pico em 2027 ou 2028, de acordo com a análise do órgão de fiscalização.

Neste cenário, as concessionárias privadas verão a produção média aumentar para 456.000 b/d em 2028, em comparação com 106.000 b/d em agosto deste ano.

O caso médio, ou base, tem empresas do setor privado atingindo 400.000 b/d em 2027, antes da produção cair para 396.000 b/d em 2028.

No caso de baixa, os contratos privados atingirão seu máximo de 372.000 b/d em 2027, caindo para 369.000 b/d em 2028.

Para o gás natural, a projeção mais otimista da CNH prevê que a produção aumente de 4,01 Bf³/d (bilhões de pés cúbicos por dia) em junho deste ano para um máximo de 4,729 Bf³/d em 2026, enquanto o pior cenário prevê a queda da produção de gás após 2022, subindo novamente para 3.933 Bf³/d em 2025.