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Serviços para mineração despencam no México após desaceleração nas atividades de exploração

Bnamericas
Serviços para mineração despencam no México após desaceleração nas atividades de exploração

Os serviços relacionados com a mineração no México registraram queda de 26,2% em novembro em relação ao mesmo mês de 2022, depois de uma recuperação de 3,3% em outubro, de acordo com o indicador mensal da atividade industrial da agência de estatísticas Inegi.

Esta é a queda mensal mais acentuada do setor em 2023, após uma contração de 17,3% em janeiro. Raúl García Reimbert, presidente da associação de engenheiros de minas, metalúrgicos e geólogos CIMMGM, considerou que a queda está relacionada, sobretudo, à menor demanda por serviços de exploração primária.

A nova exploração mineral não petrolífera está praticamente paralisada por conta do congelamento na entrega de novas concessões durante os últimos cinco anos do governo de Andrés Manuel López Obrador e da incerteza gerada após a reforma do setor, em maio do ano passado. As mudanças deram ao serviço geológico SGM a exclusividade da exploração, mas ainda aguardam a regulamentação para sua aplicação.

“Essa queda de 26% [nos serviços relacionados à mineração] é muito grave. Quais são esses serviços? Principalmente aqueles voltados à exploração primária. Existem muitas empresas dedicadas à exploração, que era um subsetor muito grande da mineração, mas essa exploração não está mais acontecendo, e há demissões, fechamentos totais e parciais. Isso é muito, muito grave”, disse García à BNamericas.

O dirigente relatou que têm sido observadas demissões entre 30% e 40% em geral, em especial nas áreas de exploração primária das mineradoras.

“A categoria de serviços para a mineração teve uma queda acentuada em novembro e continua caindo, em parte devido às regulamentações da nova reforma da lei de mineração”, avaliou García. “Essa reforma precisa ser revisada para que haja crescimento”

García lembrou que, desde a reforma do ano passado, a exploração primária é responsabilidade exclusiva da SGM. Portanto, as empresas privadas não podem explorar diretamente, a menos que façam um acordo de, no máximo, cinco anos com a organização.

Contudo, ainda não há regulamentação da lei, e a SGM não dispõe de recursos humanos para explorar o que a iniciativa privada não conseguiu.

"Não há trabalho. Por isso, há corte de pessoal, queda nas vendas de serviços relacionados a brocas, suprimentos para exploração, técnicos de laboratório, geólogos, topógrafos, etc.”, explicou.

No penúltimo mês do ano passado, a atividade de mineração não petrolífera sofreu uma contração interanual de 4,1%, a maior queda do ano, enquanto no período de janeiro a novembro, acumulou uma queda de 1,8%, segundo os números revisados do Inegi.

Somente em janeiro e fevereiro a mineração metálica e não metálica aumentou ligeiramente no México, de acordo com o Inegi. García prevê que a tendência dos números continuará em dezembro, mas considera que “2024 é um enigma”.

O engenheiro apontou que a paralisação das operações devido a conflitos trabalhistas na mina de ouro e prata Peñasquito, da Newmont, há mais de quatro meses, e a crise da companhia Altos Hornos de México (Ahmsa), no norte do país, continuam sendo os dois principais fatores responsáveis pelo enfraquecimento das atividades no ano passado. Somam-se a eles as quedas na produção de cobre em minas como El Boleo, no estado de Baja California Sur.

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