Siderúrgicas mexicanas negam que exportações ameacem produtores dos EUA

A câmara mexicana do ferro e do aço, Canacero, refutou as acusações dos senadores dos Estados Unidos de que o aumento das exportações de aço do México para o vizinho do norte representa uma ameaça à indústria siderúrgica dos EUA e à sua economia.

A Canacero publicou no domingo um comunicado de imprensa afirmando que os números apresentados em uma carta assinada por 14 senadores norte-americanos e enviada ao conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, estão “desatualizados”.

“As informações mencionadas fazem referência a dados de 2022, um ano particular para o mercado siderúrgico global por razões externas e incontroláveis, portanto, a análise deve estar centrada no comércio bilateral de 2023”, disse a câmara.

A entidade acrescentou que hoje o México “é quem está preocupado com o aumento constante das exportações de produtos siderúrgicos acabados dos EUA para o país. Somos o destino final das exportações e elas representam 14,6% do nosso consumo, enquanto as exportações mexicanas para os EUA representam apenas 2,6% do consumo deles”.

A carta a Sullivan, datada de 13 de dezembro, afirma que as importações anuais de ferro e aço do México aumentaram aproximadamente 73% em relação à linha de base de 2015-2017, “em uma violação do Acordo Conjunto sobre Aço e Alumínio de 2019”.

“Esse aumento do aço já resultou no fechamento de pelo menos uma fábrica, na perda de mais de mil empregos novos e existentes e no adiamento de centenas de milhões de dólares em novos investimentos”, aponta o documento, que recomendou que o gabinete de Sullivan apresente uma atualização sobre os próximos passos do governo para conduzir as negociações “pós-violação” a uma conclusão até 31 de dezembro.

“A não conclusão de um acordo de monitoramento das exportações devido à falta de vontade ou incapacidade do governo mexicano é inaceitável. Exigimos que a administração estabeleça um prazo claro para a implementação de um acordo de monitoramento das exportações”, diz a carta. “Se o México não cumprir este prazo, for incapaz ou estiver relutante a aplicar de maneira eficaz o Acordo Conjunto de 2019, recomendamos respeitosamente que a administração implemente medidas agressivas para conter o aumento das importações de aço mexicanas.”

Em resposta, a Canacero afirmou que as exportações de aço do México para os EUA não “violam o [acordo comercial] USMCA e são realizadas em condições leais ao comércio e em conformidade com as práticas comerciais internacionais e a legislação aplicável a esse país”.

A carta (em inglês) e o comunicado da Canacero (em espanhol) podem ser conferidos na caixa Documentos, no canto superior direito da tela.