Vitória de Lula deve impulsionar compromissos da América Latina na COP-27

Os governos latino-americanos de esquerda devem aprofundar seus compromissos com a ação climática durante a cúpula da COP-27 deste mês, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno presidencial do Brasil, segundo Ani Dasgupta, CEO do World Resources Institute (WRI).

“O governo Lula quer se concentrar nas questões climáticas e na proteção da Amazônia”, disse Dasgupta durante teleconferência, em resposta a uma pergunta do BNamericas sobre as expectativas em relação à conferência que acontecerá no Egito entre 6 e 18 de novembro.

Lula, que venceu em uma plataforma que incluiu maior ação climática e questões ambientais, participará da cúpula, segundo afirmou Gleisi Hoffman, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), à Reuters, embora a data específica ainda não tenha sido anunciada.

O colombiano Gustavo Petro também viajará ao Egito. Ele planeja solicitar a criação de um Bloco Amazônico, incluindo o Brasil, cujas políticas ambientais foram enfraquecidas durante o mandato de Jair Bolsonaro.

“Os sinais são relativamente positivos, então vamos ver o que acontece”, afirmou Dasgupta, destacando o foco atual da Colômbia em direitos ambientais e humanos, embora novos anúncios não sejam garantidos.

A ministra do Meio Ambiente do Chile, Maisa Rojas, disse anteriormente que o principal objetivo do país na COP-27 será mediar, ao lado da Alemanha, colocando o item de perdas e danos na agenda.

Dasgupta explicou que as principais expectativas em torno da cúpula serão focadas na prestação de contas sobre os compromissos adotados na cúpula do ano passado: solidariedade entre países e inovação para traçar soluções com a participação de atores públicos e privados.

Durante uma teleconferência anterior do WRI, especulou-se que Chile e Colômbia poderiam apresentar novas metas climáticas dependendo dos resultados do segundo turno do Brasil.