V.tal conclui emissão de debêntures de R$ 2,4 bi

O grupo brasileiro de infraestrutura digital V.tal concluiu uma emissão de R$ 2,4 bilhões (US$ 420 mi) em debêntures incentivadas, as quais são isentas de impostos, para investir na expansão e atualização de suas redes de fibra óptica.

A transação foi coordenada por BTG Pactual, Bradesco, Santander Brasil, Citi e Safra, informou em comunicado a V.tal, que é controlada por fundos ligados ao BTG Pactual.

Segundo a empresa, a emissão foi classificada como 'AA+' pela S&P. Os recursos serão destinados tanto à rede de fibra ótica neutra (FTTH) da empresa quanto às redes atacadistas de transporte de dados no Brasil e no exterior.

A V.tal opera um backbone de fibra com mais de 400.000 km no Brasil, infraestrutura que herdou da Oi e que aluga para empresas de telecomunicações e provedores.

No setor de varejo de telecomunicações, o grupo acaba de lançar a NIO, sua operadora de FTTH, com uma base de cerca de 4 milhões de clientes que surgiu da aquisição da base de clientes de fibra da Oi.

Além de toda essa rede nacional, a V.tal também opera cerca de 26.000 km de cabos submarinos, a partir da aquisição da GlobeNet.

Na semana passada, a V.tal anunciou que, em parceria com a Meta, irão construir a primeira rota submarina ligando o Sul do Brasil, por meio de um trecho do cabo Malbec.

Debêntures incentivadas

Debêntures incentivadas em infraestrutura especial se tornaram populares no Brasil porque oferecem incentivos fiscais para investidores.

O financiamento por meio desses títulos é comum há anos no país nos setores de logística, energia e saneamento, e uma regulamentação de 2020 autorizou que as operadoras de telecomunicações também utilizassem o instrumento.

Dados da Anbima mostram que, desde que foi autorizado a usar o instrumento de dívida até meados de 2024, o setor de TI e telecomunicações do Brasil emitiu mais de R$ 11,9 bilhões em debêntures incentivadas.