Argentina
Análise

Apoio de Bullrich é fundamental para o próximo presidente da Argentina

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Apoio de Bullrich é fundamental para o próximo presidente da Argentina

A decisão de Patricia Bullrich (foto) de apoiar Javier Milei no segundo turno das eleições presidenciais da Argentina pode provocar uma divisão na sua coalizão Juntos por el Cambio, já que a rejeição ao candidato libertário por parte de membros centristas pode beneficiar o candidato de centro-esquerda Sergio Massa, atual ministro da Economia.

Bullrich, que ficou em terceiro lugar na votação do último domingo, com 23,8%, atrás de Massa (36,7%) e Milei (30,0%), disse que a Argentina não resistiria a outra presidência kirchnerista, referindo-se a Massa, segundo a imprensa local, embora tenha afirmado que seu partido, Propuesta Republicana (PRO), e o resto da coalizão teriam liberdade de escolha no segundo turno de 19 de novembro.

Na campanha para o primeiro turno, Milei acusou Bullrich, que foi ministra da Segurança durante a presidência de Mauricio Macri, de pertencer a uma organização guerrilheira militante na década de 1970, mas ela relatou após uma reunião privada com ele que “houve um pedido de desculpas”.

Apesar do fracasso de Bullrich em chegar ao segundo turno, Juntos por el Cambio é a segunda maior força no Congresso, onde nenhum bloco tem maioria.

No entanto, seu apoio a Milei poderia levar a uma divisão entre os dois principais partidos da coalizão, o PRO, de Bullrich, e a Unión Cívica Radical (UCR), cujos líderes culparam o ex-presidente Mauricio Macri por estar por trás da decisão de Bullrich, afirmando que “Macri decidiu dividir a coalizão Juntos por el Cambio há tempos e hoje conseguiu”, segundo o diário local Clarín.

Fontes da UCR também teriam dito que o partido rejeitaria o acordo PRO-Milei, optando por não apoiar nenhum dos candidatos.

CHAVE PARA A GOVERNABILIDADE

A divisão da coligação Juntos por el Cambio era vista como inevitável antes mesmo do anúncio de Bullrich.

“Seja Massa ou Milei, o presidente terá um incentivo muito grande para dividir a coalizão oferecendo cargos no Congresso”, disse María Victoria Murillo, diretora do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Columbia, durante um webinar organizado pela instituição antes da declaração de Bullrich.

No caso de Milei, considerado um outsider político e cujo partido La Libertad Avanza está bem atrás da aliança Juntos por el Cambio e da coligação Unión por La Patria, de Sergio Massa, em termos de representação legislativa, ele provavelmente buscaria apoio técnico do PRO de Bullrich.

Enquanto isso, apesar da Unión por la Patria ser a maior força no Congresso, Murillo acredita que Massa não tem controle total do bloco, já que tenta se distanciar do presidente Alberto Fernández e da vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner, apesar de continuar liderando seu programa econômico.

“Se for Milei, ele não tem outra opção [a não ser a divisão da ‘Juntos’]. Ele não consegue encher o gabinete, então precisaria desesperadamente dos técnicos do PRO. Se for Massa, por causa da estrutura de poder interna dentro do peronismo, acho que ele também precisaria de apoio externo para a formulação de políticas”, disse ela.

Quando questionada pela BNamericas sobre uma reportagem do El Economista que afirma que a equipe de Bullrich acredita que pelo menos dois terços de seus eleitores apoiariam Milei no mês que vem, Murillo afirmou que considera o número plausível, mas acrescentou que, como ministro da Economia, Massa tem experiência trabalhando com pessoas da UCR, onde teve de negociar com governadores do partido, incluindo seu líder Gerardo Morales, governador da província de Jujuy.

“A governabilidade será muito mais fácil para Massa do que para Milei, não só porque Milei não tem governadores e conta com apenas 39 deputados e oito senadores, mas também porque nem sabemos quem são essas pessoas. Massa tem a capacidade de trazer os radicais”, apontou ela.

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