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Análise

Declarações de comercialidade de novos campos de O&G do Brasil caem para menor nível em 20 anos

Bnamericas Publicado: quinta-feira, 19 janeiro, 2023
Declarações de comercialidade de novos campos de O&G do Brasil caem para menor nível em 20 anos

Apenas dois novos campos de petróleo e gás – ambos terrestres – foram declarados comerciais no Brasil em 2022, o menor número em duas décadas, segundo dados da ANP analisados pela BNamericas.

Irara e Gavião Mateiro, localizados nas bacias do Espírito Santo e Parnaíba, respectivamente, foram registrados em abril e novembro do ano passado.

O primeiro, no bloco ES-T-496, é operado pela BGM Petróleo e Gás, já o segundo fica no bloco PN-T-102A e é operado pela Eneva.

A BNamericas conversou com dois especialistas locais sobre as perspectivas de exploração e produção (E&P):

Marcelo de Assis, diretor de pesquisa da Wood Mackenzie

“A queda [nas declarações de comercialidade] está relacionada à falta de novas descobertas avançando no pipeline de desenvolvimento. Infelizmente, a expectativa de novas descobertas de classe mundial no pré-sal brasileiro não se concretizou.

De todos os blocos leiloados desde 2017, somente dois passam para a fase de avaliação: Alto de Cabo Frio Central e Aram, ambos operados pela Petrobras.

A curva de produção do Brasil deve crescer ao longo desta década, com pico em 2030-2031. Novos FPSOs em Mero, Búzios, Atapu, Itapu e Sépia são os principais responsáveis pelo aumento da produção.

Mesmo grandes descobertas (de mais de 2 Bboe recuperáveis) serão parcialmente compensadas pelo declínio esperado em campos como Tupi, Iracema ou Sapinhoá.

As perspectivas para 2023 são:

  1. A produção de empresas independentes/mid-cap continuará aumentando;

  2. A Petrobras iniciará atividades exploratórias na margem equatorial brasileira esperando repetir o mesmo sucesso da Guiana;

  3. Plano de 5 anos da Petrobras revisado seguindo a orientação do novo governo;

  4. Esperamos mais clareza sobre atividades de refino, políticas de preços de combustíveis, renováveis e transição energética;

  5. Clareza sobre as próximas rodadas de licitações – modelo de oferta permanente ou outro diferente.”

Sofia Forestieri, analista de upstream da Rystad Energy

“Dos poços offshore perfurados no ano passado, apenas dois tiveram suas descobertas confirmadas e anunciadas como comerciais: Curaçao, no bloco Aram [operado pela Petrobras], e 4-BRSA-1386D-RJS, conhecido como Pendúnculo, na porção noroeste do campo de Sépia.

Os demais poços estavam secos ou não apresentaram volumes comerciais. No entanto, a atividade exploratória deve aumentar em 2023, com mais 15 poços com perfuração planejada nas bacias de Campos, Santos, Sergipe-Alagoas, Potiguar e Foz do Amazonas.

O poço Morpho-1, da Petrobras, na bacia da Foz do Amazonas, é altamente esperado devido ao potencial de recursos da região e por ser o primeiro poço em 32 anos a ser perfurado naquela bacia.

No final da década também esperamos que a Petrobras concentre seus esforços de exploração na margem equatorial, com mais de 10 poços a serem perfurados inicialmente nas bacias de Foz do Amazonas e Barreirinhas.

O Brasil tem um robusto pipeline de aprovação para os próximos três anos, com nada menos que 20 projetos esperados para serem aprovados e pelo menos 10 novas concessões de FPSOs.

Dito isso, a perspectiva atual é de produção ultrapassando a marca de 5 MMb/d até 2029. Se mais descobertas forem feitas, e esse potencial for descoberto, o Brasil poderá ter uma produção próxima de 6 MMb/d em meados de 2030.”

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