
Lula versus Banco Central: as tensões aumentam

A política monetária restritiva adotada pelo Banco Central está irritando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (foto), e isso pode ter um efeito adverso na economia, segundo analistas.
Nos últimos dias, Lula intensificou as críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, depois que o banco decidiu manter a taxa de juros Selic inalterada em 13,75%. Em seu comunicado pós-decisão, a autoridade monetária disse que a taxa deve permanecer alta por um período prolongado por causa das pressões inflacionárias persistentes e da estratégia de aumento de gastos fiscais do governo.
“Atingir o Banco Central por causa dos juros altos é combater o problema da maneira errada. O Brasil vive um cenário de pressão inflacionária persistente, entre outros motivos, porque não há sinais de controle dos gastos públicos”, disse Flavio Serrano, economista da empresa de gestão de ativos BlueLine, à BNamericas.
Lula disse aos repórteres: “Campos Neto não deve explicações a mim, mas ao Congresso Nacional que o indicou. Ele tem a oportunidade de amadurecer, de pensar como vai cuidar desse país”.
O presidente também comparou desfavoravelmente o atual presidente do Banco Central a Henrique Meirelles, que presidiu o Banco Central de 2003 a 2011, quando Lula cumpriu seus dois primeiros mandatos como chefe de Estado. “Naquela época, era fácil culpar o presidente. Agora não. A culpa é do Banco Central. Agora é o Senado que pode mudar o presidente do Banco Central.”
Desde 2021, o Brasil possui um Banco Central independente, com diretores de bancos com mandato determinado e autonomia decisória para evitar interferência política nas decisões monetárias. Lula também sugeriu que o Congresso revisse o modelo de autonomia do Banco Central.
Campos Neto foi nomeado durante o governo do presidente Jair Bolsonaro no início de 2019 e deve permanecer no posto até o final de 2024.
“A principal razão para a autonomia do banco central é desconectar o ciclo da política monetária do ciclo político, porque eles têm planos e interesses diferentes”, disse Campos Neto durante discurso nos EUA, nesta semana.
Em meio aos tiros de Lula contra o Banco Central, o partido de esquerda PSOL, que integra a base do governo, apresentou um projeto de lei na Câmara dos Deputados para tentar revogar a autonomia do Banco Central.
No entanto, isso pode ter alguns efeitos indiretos sérios.
“Se o Congresso interferir na autonomia do Banco Central, os agentes de mercado farão revisões para cima de suas projeções de inflação ao mesmo tempo, pois perceberão uma clara pressão política sobre a autoridade monetária. As expectativas de inflação entre os agentes de mercado são um dos elementos que geram pressões de preços no longo prazo”, disse Serrano.
O alto nível da taxa básica de juros Selic é considerado um dos principais responsáveis pela fraca atividade econômica esperada para este ano no Brasil. Prevê-se que a economia tenha crescido 3% no ano passado, mas o PIB deve subir apenas 0,79% este ano, segundo a mais recente pesquisa semanal do Banco Central com 100 analistas.
“Lula já está tentando se proteger de um resultado econômico mais fraco neste ano, mostrando à população que a culpa pelo baixo crescimento da economia não é dele, mas do Banco Central”, André Pereira Cesar, analista político da Hold Consultoria, disse à BNamericas.
“Lula também vê Campos Neto como alguém ligado ao ex-presidente Bolsonaro e considera que, estando à frente do Banco Central até o fim de 2024, pode causar muitos prejuízos ao atual governo em termos econômicos”.
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