Por que o setor brasileiro de energias renováveis está esperançoso para 2023

O cenário de energia renovável do Brasil para 2023 parece muito positivo, considerando os compromissos globais assumidos durante a COP-27 e a crise energética agravada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

É o que diz Elbia Gannoum (foto), presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica Abeeólica, que destacou o forte fluxo de investimentos.

“Esses investimentos vão vir por parte das empresas tradicionais, mas também das empresas do setor de óleo e gás, focando nessa transição energética e investindo principalmente em eólicas offshore”, afirmou ela à BNamericas.

Gannoum acrescentou: “e quisermos chegar à meta de net-zero até 2050 precisamos, globalmente, praticamente quadruplicar a velocidade de instalação de eólicas, tanto onshore quanto offshore”.

Espera-se que um total de 10,3 GW de capacidade de energia comece a operar comercialmente no Brasil em 2023, de acordo com dados da Aneel.

Mais de 90% será de energia eólica (4,9 GW) e solar centralizada (4,1 GW), com a capacidade restante composta por usinas termelétricas (906 MW), biomassa (247 MW) e hidrelétricas (139 MW).

Capacidade instalada de energia prevista para entrada em operação comercial. Fonte: Aneel 

Três estados brasileiros respondem por cerca de 80% da capacidade prevista para entrar em operação este ano: Bahia, com 3 GW, Rio Grande do Norte (3,5 GW) e Minas Gerais (1,8 GW).

Cerca de 70% da capacidade instalada total (7,2 GW) foi contratada no mercado livre.

“A nossa perspectiva é de crescer entre 3 e 4 GW por ano nos próximos anos. Então a previsão da Aneel está mais ou menos em linha com a nossa”, explicou Gannoum.

O segmento de energia eólica encerrou 2022 com cerca de 25 GW de capacidade instalada, 24,1 GW em operação comercial e 1,5 GW em teste.

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) projeta que 10 GW de capacidade solar serão adicionados em 2023, considerando geração centralizada (4,6 GW) e distribuída, com investimentos de mais de R$ 50 bilhões.

Com isso, a capacidade instalada nacional deverá chegar a 34 GW, dos quais 21,6 GW distribuídos e 13,4 GW centralizados.

“Projetamos um crescimento consistente da energia solar em 2023, impulsionado pelos aumentos na conta de luz e pelos benefícios proporcionados pela fonte a todos os consumidores brasileiros”, declarou em comunicado o presidente do conselho da Absolar, Ronaldo Koloszuk.