
Rejeitos de mineração no Chile: problemas e soluções
Os abundantes rejeitos de mineração do Chile representam sérios riscos à população e ao meio ambiente, um problema que requer uma aliança entre os setores público e privado para promover o processamento secundário e aproveitar esses resíduos.
Existem 764 depósitos de rejeitos em todo o país, dos quais 473 estão inativos e 173 abandonados, de acordo com um cadastro do Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin).
O gerenciamento adequado de rejeitos novos e antigos é essencial para a mineração sustentável, pois eles contêm minerais poluentes como arsênico, cianeto, cromo e chumbo, entre outros, que podem causar sérios efeitos à saúde humana e aos ecossistemas.
Isto requer coordenação entre os setores público e privado, além da colaboração do mundo acadêmico, de acordo com um estudo da Universidade do Chile apresentado durante um webinar da Chilean Pacific Foundation que abordou a industrialização de recursos minerais.
Os planos de desenvolvimento para novos projetos de mineração também devem considerar medidas de mitigação de impacto e abordar fortemente a gestão e monitoramento de rejeitos de mineração, de acordo com os participantes do webinar.
A Política Nacional de Mineração do Chile, publicada pelo Ministério de Mineração, estabelece a meta de reduzir a produção de rejeitos até 2044 e garantir que 100% dela corresponda a depósitos autorizados, além de eliminar completamente os rejeitos abandonados até 2050. Por outro lado, propõe desenvolver e seguir um plano de monitoramento abrangente que inclui a apresentação de relatórios de estabilidade física e química ao Sernageomin.
No entanto, “atualmente grande parte dos depósitos de rejeitos estão inativos ou abandonados, embora existam oportunidades específicas de concessão para empresas nacionais e internacionais interessadas”, disse Andrés Bórquez, coordenador acadêmico da Universidade do Chile.
Existe a possibilidade de criar concessões para processar os minerais presentes em rejeitos abandonados. O Chile teria oportunidades concretas em terras raras, já que a maioria desses elementos, cruciais para aplicações e tecnologias de energia renovável, está presente em resíduos de mineração, diz Bórquez.
Esta oportunidade de recuperar elementos de terras raras de rejeitos é algo que a Ecometales, subsidiária da mineradora estatal Codelco, está promovendo em um projeto cofinanciado pela agência de fomento Corfo, a qual visa aproveitar os resíduos da extração de minério de ferro nas regiões de Atacama e Coquimbo.
“Existe um potencial de negócio que requer maior desenvolvimento tecnológico, o que é um desafio para o país, seus profissionais e a indústria de mineração, se quisermos caminhar para uma mineração mais sustentável e que recupere valor de seus resíduos”, afirmou em comunicado Carlos Rebolledo, empresário gerente da EcoMetales.
“Desenvolver estudos e políticas para extração, refino e transformação de rejeitos de mineração nos permitirá extrair mais minério e estar alinhados com uma economia circular mais sustentável”, acrescentou Dorotea López, diretora de estudos internacionais da Universidade do Chile, em conversa com a BNamericas em novembro deste ano.
Outra alternativa para o tratamento de rejeitos está sendo investigada no Centro de Estudos Avançados em Zonas Áridas (Ceaza). Pesquisadores do Ceaza analisam a possibilidade de tratar rejeitos de mineração com fitorremediação, método que envolve o uso de plantas como a quinoa para remover contaminantes ou reduzir sua biodisponibilidade no solo, ar, água ou sedimentos por meio de absorção, acúmulo, metabolização, volatilização ou estabilização, de acordo com um comunicado do centro.
“Um rejeito não pode ser descontaminado [a menos que seja transferido para outro local], só pode ser estabilizado”, explica Teodoro Coba, pesquisador principal da iniciativa de biotecnologia. “Cultivar plantas e criar uma cobertura vegetal sobre rejeitos de mineração poderia alcançar a estabilização, já que as raízes e rizosferas das plantas absorveriam e/ou imobilizariam metais pesados, minimizando a mobilização e difusão desses poluentes no meio ambiente”, acrescentou.
“Por enquanto temos alguns resultados preliminares. Acredito que até o final de março de 2023 já teremos alguns resultados interessantes que poderão ser divulgados e enviados para um congresso científico. Ao final do projeto, em março de 2025, devemos ter todos os resultados exigidos”, concluiu Coba.
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