
Como a AMD planeja expandir participação de mercado em nuvem, datacenters e HPC

O grupo americano Advanced Micro Devices (AMD) é uma das principais marcas de chipsets e semicondutores do mundo e rival de players como Intel, Broadcom e Qualcomm.
Em seus resultados preliminares do terceiro trimestre divulgados recentemente, o grupo registrou receita de aproximadamente US$ 5,6 bilhões, inferior aos US$ 6,7 bilhões anteriormente esperados, mas 29% acima do ano anterior. A empresa atribuiu o resultado abaixo do planejado às remessas de processadores devido a um mercado de PCs mais fraco do que o previsto, e reduziu as ações de correção de estoque em toda a cadeia de suprimentos de PCs.
A receita nos segmentos de datacenter, jogos e embutidos cresceu em linha com as expectativas da empresa, em 45%, 14% e 1.459%, respectivamente.
De acordo com a AMD, o ranking Green500 lista seus processadores EPYC e aceleradores AMD Instinct como presentes nos quatro supercomputadores mais eficientes do mundo. Segundo a empresa, seus equipamentos estão embutidos em 8 dos 10 principais supercomputadores.
Ao mesmo tempo, a AMD provavelmente estará entre as atingidas pelas novas medidas adotadas pelo governo Biden para restringir o acesso das empresas chinesas à tecnologia de semicondutores.
Nesta entrevista, Alexandre Amaral, diretor de vendas de nuvem e datacenter da AMD no Brasil, fala sobre as perspectivas da empresa, especialmente em computação de alto desempenho e nuvem, bem como sobre a cadeia de suprimentos e fabricação.
BNamericas: Qual é a estratégia da AMD para o fornecimento de infraestrutura de datacenter e computação de alto processamento [HPC, ou supercomputação] na região?
Amaral: Quando falamos em transformação digital, seja através de inteligência artificial, serviços de blockchain ou aplicações de R&D, estamos falando de HPC. Temos uma série de iniciativas nesse segmento com nossos parceiros de infraestrutura.
Estou na AMD há pouco mais de um ano, mais ou menos no mesmo momento em que a Dell começou a fabricação local dos seus servidores utilizando o [processador] Epyc da AMD.
Cheguei em maio de 2021 na AMD justamente para desenvolver o segmento de nuvem e datacenter junto ao mercado brasileiro.
BNamericas: E o que mudou de lá para cá?
Amaral: Uma grande questão para esse mercado diz respeito à fabricação local. Os OEMs [sigla em inglês para “fabricante original do equipamento”] no geral têm que importar, o que o deixa de 20 a 25% mais caro do que concorrentes que fabricam localmente.
De 2017 a 2021, os OEMs – Dell, Lenovo, Super Micro e HPE – podiam comercializar os seus servidores importados com o EPYC, mas na prática o volume era muito pequeno. Era para algum workload muito específico, uma venda FOB, que é quando o próprio cliente faz a importação do produto com isenção legal dos impostos de importação.
Com a fabricação local, que começou por Dell, Lenovo, e Super Micro, isso começou a mudar.
A HPE ainda não tem a fabricação local dos seus servidores com os processadores AMD no Brasil. Eles estão em processo de lançar isso.
Fizemos todo um processo com os clientes, tanto os clientes dos OEMs quanto dos parceiros, e também com os próprios OEMs, para evangelizar o mercado e conseguir a fabricação local dos servidores.
Quando a gente pensa em infraestrutura de datacenter, conseguimos ajudar o nosso cliente a economizar com os equipamentos, por exemplo em licenciamento. Seja ele de bancos de dados, de sistema operacional. Porque esse gasto vai ser muito menor se ele utilizar os processadores Epyc da AMD.
Ele também vai ter um gasto menor em termos de espaço no datacenter – e com isso obviamente o gasto energético vai ser menor. Ele vai utilizar uma quantidade muito menor de servidores num projeto de datacenter com a AMD.
BNamericas: Por quê?
Amaral: Oferecemos um custo muito inferior em relação aos nossos concorrentes [principalmente o Xeon, da Intel]. São até 64 núcleos num único processador, ou seja, mais performance por núcleo, por soquete, melhor desempenho energético. Dá em torno de 50% eficiência em relação ao que existe no mercado.
BNamericas: Então vocês tiveram que fazer um processo de convencimento para que os fabricantes de servidores fabricassem localmente.
Amaral: Este processo já vinha sendo feito antes de eu chegar. A última a fazer fabricação local de servidores foi a Lenovo, e com issto muitas empresas conseguiram ser mais competitivas.
BNamericas: De onde vem a principal demanda do mercado por HPC?
Amaral: O setor de óleo e gás, por exemplo, é extremamente demandante de alta capacidade de processamento.
A tecnologia embarcada nos servidores pode fazer com que a empresa que está explorando ativos acelere a descoberta de poços, acelerando o potencial de extração estimado para esses campos.
Nós já temos com a Atos, com a Super Micro, com a Lenovo e com a Dell, por exemplo, projetos em óleo e gás na região.
Alguns projetos são recentes e não temos autorização para divulgar. Mas temos com os grandes OEMs – tirando a HPE, por conta da fabricação local – projetos que já vencemos e estão, ou em fase de instalação, ou de entrega de produtos para um futuro próximo.
No setor de pesquisa em desenvolvimento e nos órgãos públicos, por exemplo, também.
Para serviços de meteorologia, já há muitos servidores em uso com processadores AMD. O mesmo para universidades. No setor científico, também tivemos participação dos processadores EPYC em projetos de HPC para saúde, no desenvolvimento de vacinas, por exemplo para a Covid-19.
No mundo financeiro, temos casos de sucesso com alguns bancos. Outros grandes bancos estão fazendo um movimento importante para a nuvem. Vemos contratos grandes sendo fechados com grandes provedores de nuvem pública.
O que estamos fazendo é intensificar nossa interlocução com estes bancos para mostrar nosso potencial, em termos de tecnologia e preço, e termos tecnologia AMD rodando nessas aplicações de nuvem deles. Sabemos que nossos concorrentes estão com eles. Mas queremos quebrar isso. Queremos mostrar que somos uma melhor solução que os concorrentes, com menor gasto energético, menor TCO [sigla em inglês para “custo total de propriedade”], melhor performance. E também fazemos isso com os provedores de cloud, para que eles usem AMD.
BNamericas: Qual é a penetração da AMD nesse setor, atualmente?
Amaral: Crescente. Um importante provedor de nuvem, segundo informações que tenho, já possui 80% de seus equipamentos powered by AMD.
BNamericas: Como a AMD avalia a situação atual de cadeia de produção de semicondutores? A América Latina pode se tornar um polo de fabricação de chipsets avançados?
Amaral: Difícil dizer. A gente não fabrica os processadores na região. Eles são fabricados em Taiwan, principalmente pela TSMC.
[Nota do editor: A Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. recentemente se tornou uma das principais fabricantes de chipsets AMD. A AMD é agora o terceiro maior cliente da TSMC, atrás da Apple e MediaTek e à frente da Broadcom, Nvidia e Qualcomm, de acordo com relatórios recentes.]
Quem vende AMD são os grandes OEMs, os grandes provedores de nuvem, que estão nos mercados brasileiro e latino-americano.
Em termos de fornecimento, atualmente não enfrentamos nenhum problema com a entrega de processadores EPYC para o mercado. Sabemos que existem outras partes e peças que, dentro da cadeia de suprimentos, afetam a produção, mas este não é o caso dos processadores EPYC da AMD.
Quanto à produção de fato em outras geografias, atualmente não há outro local nos planos para a fabricação de nossos chipsets além de onde eles já são fabricados. Não ouvimos nada, aqui na AMD, neste sentido.
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