
O que esperar do comércio exterior brasileiro em 2023

Espera-se que o Brasil veja uma queda nas exportações e importações no próximo ano devido à fraqueza da economia global.
As exportações do país devem chegar a US$ 325 bilhões em 2023, queda de 2,3% em relação a 2022, enquanto as importações devem cair 6,2%, para US$ 253 bilhões, segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Um dos motivos é a esperada redução dos preços das commodities, que se mantiveram elevados em 2022, em meio ao desafiador cenário da economia mundial, conforme explicou à BNamericas José Augusto de Castro, presidente da AEB.
A tabela a seguir apresenta os preços médios esperados para 2023 das principais commodities exportadas pelo Brasil e os valores efetivos para 2022:
A AEB projeta que o superávit comercial do país chegará a US$ 71,9 bilhões em 2023, ante US$ 62,9 bilhões neste ano.
Nesta entrevista, Castro fala sobre as perspectivas para o comércio exterior do Brasil no próximo ano e também o que considera que deve ser a prioridade do novo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para promover o comércio.
BNamericas: Apesar do maior superávit comercial esperado para o ano que vem, a AEB projeta queda tanto nas exportações quanto nas importações. O que explica isso?
Castro: Basicamente isso se dará por causa da queda do preço das commodities que o Brasil exporta. Em 2022 nós já vimos a queda de preços de algumas commodities e no ano que vem isto tende a continuar.
Eu chamaria a atenção principalmente para a queda no preço do petróleo. Além deste efeito, também teremos o impacto nas exportações do setor automobilístico, uma vez que a economia da Argentina, principal compradora de veículos do Brasil, continuará enfrentando dificuldades.
No caso das importações, a queda se dará por conta da desaceleração da economia doméstica projetada para o próximo ano.
BNamericas: O que explica a queda no preço de algumas das commodities que você mencionou, como o petróleo?
Castro: Já vemos sinais de uma desaceleração do crescimento global. A economia chinesa está se enfraquecendo, nos EUA e na Europa a continuidade da política de aumento de juros impacta a atividade econômica nestas regiões.
De maneira geral, o cenário enfrentado pelo comércio exterior brasileiro no ano que vem é o mesmo de todo o mundo, que aponta para uma redução da atividade global de comércio exterior.
BNamericas: Mesmo com o cenário nublado, a AEB projeta alta no preço do minério de ferro para o ano que vem. Por quê?
Castro: De fato, o minério de ferro é uma surpresa. Durante muitos meses, vimos os preços do minério de ferro sob pressão, mas nos meses mais recentes observamos uma recuperação e isto deve resultar, ao longo de 2023, em um preço médio maior que 2022.
A grande questão sera saber até onde irá o fôlego do minério de ferro, uma vez que o desempenho econômico da China ainda não está claro.
BNamericas: A China é o principal parceiro comercial do Brasil. Qual a expectativa para o desempenho econômico chinês no próximo ano?
Castro: A economia chinesa ainda é uma incógnita. Já estamos vendo uma desaceleração e, ao mesmo tempo, notamos que a pandemia de Covid-19 está forte por lá.
Eu não me surpreenderia se o desempenho chinês for pior do que os analistas têm estimado para o próximo ano e isso seria bastante ruim para o Brasil, uma vez que são os grandes compradores de nossas commodities.
BNamericas: Qual o impacto do novo governo no comércio exterior?
Castro: As relações exteriores no Brasil, tanto com o Presidente Lula como com o ministro Mauro Vieira, indicam que a área de relações exteriores está em boas mãos, mas não basta ao Brasil abrir novos mercados para o comércio. Temos que conquistar mercados e, para tanto, temos que ser competitivos em termos de preços.
BNamericas: Como o país pode se tornar mais competitivo?
Castro: O governo eleito tem que trabalhar no avanço da reforma tributária, para reduzir custos e a burocracia das empresas.
Especificamente com relação ao comércio exterior, precisamos acabar o modelo que gera créditos tributários as empresas, já que, na prática, as empresas nunca conseguem transformar isso em crédito e, ao longo do tempo, se transforma em mais custos.
A reforma tributária bem feita será chave para tornar o Brasil mais competitivo no mercado externo e exportar mais produtos de alto valor agregado, não apenas commodities.
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