OMA planeja mirar mais alto em 2023

A operadora aeroportuária mexicana Grupo Aeroportuario del Centro Norte (OMA) planeja investir cerca de 3,4 bilhões de pesos (US$ 181 milhões) este ano em uma série de projetos de expansão e modernização dos 13 terminais que tem sob sua concessão.

Isso está projetado como parte de um plano de cinco anos de 12 bilhões de pesos anunciado em 2020.

Além disso, a OMA inicia 2023 com um novo sócio majoritário internacional que trará maiores benefícios para o grupo, afirma o presidente executivo da OMA, Ricardo Dueñas, que deu mais detalhes sobre o portfólio de projetos e metas para este ano.

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BNamericas: Em 2020, a OMA apresentou um plano quinquenal avaliado em 12 bilhões de pesos [US$ 597 milhões] para adaptar seus 13 terminais em todo o país. Como tem evoluído esse plano e qual o montante designado para este ano?

Dueñas: Os planos dos grupos aeroportuários são de cinco anos. Estamos agora no terceiro ano do nosso plano. O plano que anunciamos por 12 bilhões de pesos é o maior da história da OMA. Esses 12 bilhões de pesos são o preço da época em que foram anunciados em 2020, você os atualiza e o valor está próximo a 15,6 bilhões de pesos.

Quanto vamos investir com preços deste ano? São 3,4 bilhões de pesos que serão investidos somente até 2023. Serão principalmente nas 3 principais obras em que estamos trabalhando: a ampliação do aeroporto de Monterrey no estado de Nuevo León, o aeroporto de Culiacán em Sinaloa e o Ciudad Juarez em Chihuahua.

BNamericas: No final de 2022, a operadora privada francesa Vinci Airports anunciou que concluiu a compra da participação de 29,99% da fintech na OMA, tornando-a o principal acionista. O que isso significa para o futuro do grupo mexicano?

Dueñas: A transação foi fechada em 7 de dezembro e a Vinci adquiriu 29,99% das ações da OMA. É uma notícia muito boa para a empresa, acho que para o país e para o setor, e obviamente para a OMA é uma nova etapa ter um investidor de longo prazo no topo. É uma das maiores concessionárias de aeroportos do mundo. Agora, com a OMA, está perto de 70 portos em todo o globo, e esta é uma grande oportunidade para o grupo. Isso nos permitirá trazer as melhores práticas internacionais para a OMA e os planos de desenvolvimento não mudam, como você sabe, eles são aprovados a cada cinco anos pelo regulador e devem ser executados pontualmente. O plano de capex não muda, ou seja, eles vão ser muito úteis para nos ajudar a agilizar e tornar todos os processos muito mais eficientes.

BNamericas: Você já falou com os representantes da Vinci? Que visão eles têm para o México?

Dueñas: O plano de cinco anos não muda, que é de 2020 a 2025. Eles já estarão envolvidos conosco para nos ajudar com o plano de investimento para o próximo período de cinco anos, no qual teremos que começar a trabalhar no próximo ano.

BNamericas: Você mencionou três projetos principais no portfólio da OMA: a expansão do aeroporto de Monterrey, Culiacán e Chihuahua. Como essas obras estão progredindo?

Dueñas: O maior projeto no momento é o de Monterrey. Lá buscamos aumentar em 50% a capacidade atual do aeroporto para operar perto de 16,5 milhões de passageiros. Neste momento, estamos trabalhando na segunda fase, principalmente na ampliação da zona ambulatória do terminal A. Este ano vamos terminar uma nova ala que se juntará ao que é hoje o terminal C.

No aeroporto de Culiacán pretendemos duplicar sua capacidade atual, também já iniciamos os projetos executivos. Já iniciamos a terraplenagem no final do ano passado e este ano vamos começar com a construção da expansão; estamos agora na parte de fundação.

No aeroporto de Ciudad Juárez, também estamos buscando dobrar a capacidade do atual aeroporto. Observamos nele um crescimento significativo do tráfego. Grande parte desse tráfego é atravessado pelos efeitos do nearshoring. Para este ano, pretendemos abrir uma última sala de espera, que será a primeira fase do aeroporto de Ciudad Juárez e a ampliação do edifício do terminal também está avançando.

Realizamos algumas obras de ampliação na sala de espera de Chihuahua. Também estamos trabalhando em salas de coleta de bagagem no aeroporto de Durango e no aeroporto de Mazatlán, Sinaloa, também efetivamos um trabalho que corresponde a novos pontos de inspeção e novas alas de espera. Da mesma forma, estamos investindo em todos os outros aeroportos: em pistas, taxiways, plataformas, tecnologias etc.

Estamos adaptando os terminais às tendências que vemos. Por exemplo, o que a pandemia nos deixou foi que muitos processos tecnológicos que já vinham sendo implementados estão se acelerando. Os passageiros estão cada vez mais enviando processos mais ágeis, com menos contato físico, reconhecimento facial etc. Estamos implementando-os da mesma forma, adaptando nossos terminais à realidade que vemos, em que, hoje, no México, quase 70% do tráfego aéreo é de companhias aéreas de baixo custo, que exigem algumas necessidades diferentes das megacompanhias aéreas.

BNamericas: Como vocês lidam com o processo de seleção de empreiteiros, construtoras ou fornecedores de materiais?

Dueñas: Os processos são convites. São processos muito formais realizados por meio de convites; muitos contratantes já trabalham há vários anos e sabemos que são confiáveis, mas estamos sempre buscando aumentar a lista de contratantes realizando processos competitivos.