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ONG promove presença feminina no setor de mineração mexicano

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ONG promove presença feminina no setor de mineração mexicano

A Mujeres WIM de México, unidade local da ONG britânica Women in Mining, promove uma maior presença de mulheres na indústria de mineração.

A BNamericas conversou com Doris Vega, presidente da Mujeres WIM de México e diretora de relações institucionais e comunicação da Compañía Minera Cuzcatlán, sobre os problemas enfrentados pelas mulheres, os avanços alcançados e as medidas para facilitar a participação feminina.

BNamericas: Qual é o principal objetivo da Women In Mining e desde quando a entidade atua no México?

Vega: A Mujeres WIM de México, como nos chamamos no país, faz parte de uma associação internacional fundada em Londres e com unidades em vários países.

Em 2016 formamos a Mujeres WIM de México com dois propósitos básicos. Promovemos atividades que nos ajudam a gerar igualdade de oportunidades para as mulheres na mineração do país e buscamos divulgar uma imagem positiva da mineração responsável e sustentável.

Esses são basicamente nossos dois princípios.

BNamericas: Quais são as origens da Mujeres WIM de México?

Vega: Na verdade, foi com um convite que a International Women in Mining faz às mulheres proeminentes da indústria de mineração no México, para que se unissem e começassem a divulgar e inserir no debate a presença das mulheres na mineração. Ao longo destes anos, ela tem aumentado significativamente. Eu diria que falar da presença da mulher na mineração há 10 anos era diferente do que estamos discutindo agora.

Estou no ramo há mais ou menos 12 anos e, quando comecei, a presença feminina já era iminente, mas ainda havia muita resistência e, digamos, desconfiança. Era uma indústria milenar criada por homens e para homens.

No entanto, muito silenciosamente, a indústria de mineração do país foi a que mais rápido incorporou mulheres em suas operações. Atualmente, 16,3% da folha de pagamento total da indústria de mineração são mulheres, segundo o IMSS [Instituto Mexicano de Seguridade Social]. Tivemos um crescimento de aproximadamente 1% a 1,5% ao ano.

Não podemos dizer que foi muito forte, mas em breve vamos chegar à paridade, já que estamos falando de 16%, mais ou menos, em um período de, digamos, 13 anos, quando a presença das mulheres começou a ser vista como mais importante.

BNamericas: O que permitiu que as mulheres crescessem na indústria?

Vega: As capacidades que temos demonstrado como mulheres, esse fator diferenciador que trazemos para uma indústria em que a liderança tem sido marcada pela presença masculina. Quando a indústria percebe que nossas capacidades diferenciadoras podem somar e pensar sobre o negócio de uma maneira diferente, ela vê a oportunidade de adicionar esses recursos.

Quais são essas capacidades? Organização, negociação, empatia, sensibilidade, isso a mineração não tinha. Não tinha de maneira acentuada, não que os homens não tenham.

BNamericas: Quais são os principais desafios para WIM e os principais problemas para as mulheres na indústria?

Vega: Acho que é o empoderamento. Quando você entra em um mundo masculinizado, tende a se misturar e a querer fazer as coisas do jeito que são ou sempre foram feitas. Isso é uma parte.

Por outro lado, a indústria entende que, embora sejamos iguais como seres humanos e aspiremos aos mesmos direitos – isso deve ficar bem claro –, ainda estamos em um país, como muitos outros, onde ainda não chegamos esse nível de igualdade. Nós temos diferenças. Diferenças de ordem física, e muitas das operações de mineração não estão preparadas sob essa perspectiva para receber mulheres. Somos iguais em direitos, mas também temos diferenças.

BNamericas: Então o foco é conscientizar as empresas sobre a contribuição das mulheres na mineração?

Vega: Destacamos a necessidade de um ambiente diferente, que esse ambiente tradicional precisa ser transformado para receber as mulheres, para que as mulheres vejam, então, uma oportunidade de trabalho. Precisamos que as condições sejam adaptadas às mulheres.

Somos uma organização não governamental que pode sugerir, mas não pode obrigar as empresas a mudar. Portanto, precisamos pensar em como motivar as empresas.

Em março vamos lançar o que chamamos de Selo WIM, justamente para reconhecer essas organizações, esses locais de trabalho que estão gerando ações positivas, ações afirmativas para as mulheres.

BNamericas: A busca pela igualdade ainda é o principal objetivo da WIM?

Vega: Sim... Queremos em algum momento avançar na questão da igualdade e inclusão, um conceito muito mais amplo do que apenas de gênero.

Então, através do Selo WIM, que será uma autoavaliação com mais ou menos 100 itens ou indicadores, as empresas vão nos dizer o que estão fazendo. É uma plataforma de autodeterminação. Por exemplo, vamos avaliar se há vestiários femininos.

Todas as empresas que fazem mineração responsável realizam ou oferecem aos seus funcionários um exame médico anual, mas é geral. Como podemos transferir isso para o tema das mulheres? Nesse exame médico também estão incluídas mamografias, toda a parte ginecológica. Isso vai permitir motivar esses centros de trabalho a promover toda a questão dos indicadores.

Pretendemos entregar os primeiros selos durante o mês de outubro.

BNamericas: Um dos objetivos da entidade é promover a igualdade salarial?

Vega: Vemos nos números do IMSS que o salário das mulheres é um pouco menor. Da nossa função como ONG não podemos fazer isso, mas motivamos promovendo o tema. É mais um dos indicadores que vamos medir no selo.

Seria uma conquista para nós se todas [recebessem o selo]. Mas entendemos que este será o primeiro ano, e não temos um número máximo ou mínimo. Daremos o selo a quem o merecer.

Temos três níveis de selos com base na conformidade: bronze, prata e ouro. Aqueles que ultrapassarem mais de 100 pontos terão o selo de platina.

Este selo será endossado todos os anos. Trata-se de compliance, as empresas vão poder colocar dentro de suas plataformas que receberam o selo.

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