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Os planos da colombiana Cenit para aderir à transição energética

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Os planos da colombiana Cenit para aderir à transição energética

A operadora colombiana de dutos Cenit, subsidiária da petrolífera estatal Ecopetrol, está assumindo um papel de liderança nos planos de descarbonização do país andino.

O vice-presidente de planejamento operacional da Cenit, Vidal Ramírez, conversou com a BNamericas sobre as oportunidades e os desafios que a empresa enfrenta ao diversificar seu modelo de negócios. Esta é a primeira parte de uma entrevista dividida em duas.

BNamericas: Como vocês estão abordando a questão da transição energética e qual será o impacto desse processo nos planos de negócios da Cenit?

Ramírez: Estamos plenamente conscientes da transição energética e identificamos três principais linhas de abordagem.

A primeira tem a ver com a recomposição da matriz energética que a empresa possui hoje. Nesse ponto, destacamos que ela é bastante limpa, pois boa parte da energia que consumimos vem da rede do sistema nacional de transmissão de energia elétrica. Todos sabem que a matriz energética da Colômbia é bastante limpa, porque provém em grande parte de centrais hidrelétricas, então temos essa vantagem. Porém, é necessário ressaltar que ainda temos algumas usinas em que persiste o consumo de gás, óleo cru ou diesel para gerar a energia necessária para a realização do processo de transporte. Neste sentido, enfrentamos o primeiro desafio relacionado com a transição para fontes de energia mais limpas.

Estamos abordando uma segunda área, focada na eficiência energética, que envolve a otimização do consumo da energia necessária para nossas operações. Embora a energia seja proveniente de fontes limpas, reconhecemos a importância de sermos eficientes na execução das nossas operações para garantir o menor consumo de energia possível.

Por fim, temos um capítulo associado às soluções baseadas na natureza, que consiste na compra de créditos de carbono gerados através de projetos verdes. Por um lado, compramos créditos de carbono e, por outro, potencializamos projetos com essas iniciativas que estão sendo desenvolvidas na Colômbia e que contribuem significativamente para a redução da pegada de carbono.

BNamericas: Quais são os próximos passos para a recomposição?

Ramírez: Na Cenit, temos desenvolvido projetos relacionados à construção de parques solares. Até o momento, já temos nove em operação. Isso está nos permitindo obter um pouco mais de 62 MW de energia, que está sendo usada nas plantas e nas nossas operações, e o restante é vendido para o Grupo Ecopetrol.

Com isso, estamos obtendo, por um lado, uma energia muito mais limpa, que contribui positivamente para a redução da pegada de carbono, e, por outro, benefícios econômicos significativos por ter uma energia muito mais barata do que a oferecida no mercado, sobretudo se considerarmos a conjuntura relacionada ao fenômeno El Niño e seus impactos no setor energético.

Então, isso é extremamente positivo para nós. É preciso dizer que durante este ano esperamos colocar em operação mais três parques que deverão permitir a obtenção de mais 15 MW. Com isso, devemos fechar o ano com 77 MW de energia limpa para que nossas planas possam operar. No futuro, temos outros projetos focados em 2024 e 2025, que aumentarão ainda mais essa capacidade. Até 2025, geraremos mais ou menos entre 190 MW e 200 MW de energia limpa para ser utilizada em nossas operações.

BNamericas: Existem planos para desenvolver projetos de geração de eletricidade renovável em escala comercial?

Ramírez: Consideramos essa uma opção viável, porém, é importante destacar que a regulamentação colombiana não permite que sejamos geradores neste momento. Portanto, operaremos sob a figura da autogeração. Nossa estratégia passa por continuar gerando energia a partir de fontes renováveis não convencionais para consumo próprio e vender o excedente para outras empresas do Grupo Ecopetrol, como temos feito em princípio.

BNamericas: Vocês pensam na possibilidade de criar outros projetos de fontes renováveis, além da solar?

Ramírez: Sim. Outra fonte que consideramos crucial para o trabalho que realizamos está relacionada com a aquisição de pequenas centrais hidrelétricas [PCH]. No ano passado, compramos a primeira PCH do Grupo Ecopetrol, adquirida no final do ano. A unidade se chama Cantayus e fica perto da estação Cisneros [de bombeamento de produtos refinados]. Essa PCH tem potência instalada de 4,3 MW, atende 100% da necessidade energética da estação Cisneros, e contamos com um excedente que colocamos na rede para ser usado em outra de nossas plantas. Essa PCH está nos ajudando a evitar a emissão de 63 mil toneladas de CO2 por ano.

BNamericas: Existem projetos eólicos e de energia das marés?

Ramírez: Sim. Também estamos trabalhando nesses tipos de projetos. Na verdade, no que diz respeito à energia das marés, temos realizado uma série de estudos nas costas do Caribe e do Pacífico da Colômbia, onde temos instalações para identificar a viabilidade da geração de energia a partir de fontes marítimas. Na área de energia eólica, estamos trabalhando em uma campanha de medição de potencial, basicamente em quatro de nossas plantas, que pretendemos concluir neste semestre.

Estamos fazendo esses estudos em Pozos Colorados, no norte do país; em Coveñas, que é o outro porto que também temos no litoral norte; em Albán, uma planta localizada no interior do país; e em Altos del Porvenir, planta localizada nos Llanos Orientais. Após a conclusão desses estudos, iniciaremos a instalação das torres para medir o potencial no local e, a partir disso, validar a viabilidade dos projetos. Esperamos capturar cerca de 8 MW de energia limpa com a instalação destes parques eólicos.

BNamericas: Quais são as iniciativas relacionadas com a eficiência energética que vocês estão desenvolvendo?

Ramírez: Já faz alguns anos que trabalhamos na questão da otimização do consumo de energia em todas as nossas instalações. Hoje, contamos com o Centro Integrado de Operações e, de lá, realizamos a fiscalização e operação de toda a nossa malha de transporte por oleodutos e polidutos. Neste centro, fizemos desenvolvimentos tecnológicos muito importantes, que nos permitiram fazer progressos significativos na otimização do consumo de energia.

No ano de 2023, por exemplo, evitamos o consumo de 8.389 MWh. Em 2022, evitamos aproximadamente 8.800 MWh e, em 2021, quase 9.200 MWh. Isso contribui significativamente para reduzir nossa pegada de carbono, mas também nos ajuda a reduzir os montantes que temos de alocar para pagar a energia de que necessitamos para operar. Em 2022, fomos vencedores do prêmio de eficiência energética da associação Andesco, na categoria indústria, comércio e serviços, e no ano passado obtivemos a certificação ISO 50001 em gestão de energia para algumas plantas da empresa.

BNamericas: E quanto às soluções baseadas na natureza?

Ramírez: Estamos adquirindo créditos de carbono para poder complementar as necessidades que temos de redução da pegada de carbono e de compra desses títulos. Estamos investindo em projetos que são desenvolvidos aqui na Colômbia. Além disso, temos uma campanha de plantação de árvores, em que plantaremos pouco mais de 1,80 milhão de árvores até ao final deste ano.

Uma coisa que é muito importante para nós é que, desde 2021, a empresa e o segmento de transporte de hidrocarbonetos na Colômbia são neutros em carbono, o que torna nosso país o primeiro do mundo a ter um segmento dedicado ao transporte de hidrocarbonetos líquidos neutro em carbono.

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