Chega ao fim um ano movimentado para projetos de cabos submarinos na América Latina e no Caribe

O mercado de cabos submarinos da América Latina teve um ano movimentado em 2022, com o anúncio de novos investimentos e melhorias no sistema.

A região é conectada por cerca de 70 cabos submarinos, alguns perto do encerramento de sua vida útil.

A região conta com diversos empreendimentos nas fases de construção, projeto e engenharia.

Dois projetos no Equador – Aurora e Galápagos Cable System – começariam a operar em 2023.

O primeiro conectará a Flórida, nos Estados Unidos, com Manta, no Equador, e terá conexões no México, Guatemala, Honduras, Panamá, Ilhas Cayman e Colômbia.

O segundo ligará o continente com as Ilhas Galápagos.

Também está prevista a entrada em operação do segundo cabo submarino do Google, o Firmina, que já recebeu aprovação oficial da Argentina e do Uruguai para sua instalação.

O sistema conectará a costa leste dos Estados Unidos com Las Toninas, na Argentina, e incluirá pontos de conexão em Praia Grande (Brasil) e Punta del Este (Uruguai).

A BNamericas analisa as últimas notícias sobre investimentos em cabos submarinos na América Latina e no Caribe.

GOLD DATA

A Gold Data anunciou um investimento de US$ 150 milhões para o primeiro sistema de cabos no Golfo do México, que conectará Miami com as cidades mexicanas de Cancún, Querétaro e Cidade do México.

O sistema oferecerá mais de 250 Tbps de capacidade em 10 pares de fibras.

A empresa francesa Orange se encarregará de realizar o projeto técnico e a instalação do cabo em conjunto com a Orange Marine e a Alcatel Submarine Networks. A Ciena fornecerá sua tecnologia GeoMesh Extreme SLTE e a tecnologia de transporte.

A Orange já assinou acordos para adquirir pares de fibras no sistema submarino.

A nova estrutura reduzirá a latência em até 35%, segundo a Gold Data.

ARIMAO

Em dezembro, a estatal cubana Etecsa e a Orange International Carriers anunciaram a implantação do cabo submarino Arimao, que conectará Cuba com a Martinica.

Este é o segundo cabo submarino para o território cubano, que já está conectado com a Venezuela e a Jamaica através do sistema Alba-1.

A Etecsa não divulgou valores de investimento ou detalhes das obras, mas a nova estrutura pode estar disponível comercialmente em 2023.

A notícia foi divulgada depois que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos recomendou que a conexão entre Cuba e os Estados Unidos através do cabo submarino Arcos-1 fosse impedida por motivos de segurança nacional.

EXTENSÕES

A operadora de cabos submarinos Seaborn está reconsiderando possíveis extensões e novos trechos para o cabo Seabras-1, que conecta o Brasil aos Estados Unidos.

Seabras-1 liga a cidade de Praia Grande, no litoral paulista, a Nova Jersey em um percurso de 10.500 km.

A empresa mudou seus planos originais e não prevê mais uma extensão para a cidade de Recife, no Brasil.

A Claro Costa Rica, por sua vez, investiu US$ 500 milhões na extensão do cabo submarino AMX-1 ao país e na construção de uma estação terrestre em Limón.

O cabo AMX-1 tem 17.500 km de extensão e conecta a Colômbia com México, Guatemala, Estados Unidos, República Dominicana, Porto Rico, Brasil e, a partir de agora, Costa Rica. Sua capacidade é de 85 Tbps.

ATUALIZAÇÕES

Em outubro, a Infinera assinou dois importantes contratos na América Latina. A empresa informou que foi selecionada pela Angola Cables para atualizar a rede submarina de 6.500 km que liga Miami a São Paulo com sua solução coerente de 800G.

Além disso, a Algar Telecom usará o motor ótico ICE6 800G, a plataforma modular compacta da série GX e o sistema de linha ótica aberta FlexILS da Infinera para modernizar e ampliar sua infraestrutura submarina Monet Cable System.

Monet conecta Boca Raton, nos EUA, com as cidades brasileiras de Fortaleza e Praia Grande.

Um mês antes, a C&W anunciou que instalaria a solução GeoMesh Extreme da Ciena para atualizar sua rede de cabos submarinos CFX-1, uma estrutura submarina que conecta a Colômbia aos Estados Unidos e à Jamaica, e o EWC, que liga República Dominicana, Jamaica e Ilhas Virgens Britânicas. A atualização permitirá que a infraestrutura chegue a 400 Gbps.

A Ciena também foi selecionada pela empresa uruguaia Dedicado para modernizar a infraestrutura terrestre e submarina que liga o país à Argentina. A empresa utilizará a plataforma ótica de pacotes 6500 e habilitará a primeira rede de alta capacidade de 600G a 800G entre a Argentina e o Uruguai.