Data Insights: Chile lidera desenvolvimento de energias renováveis na América Latina em 2023

O Chile será o país latino-americano de crescimento mais rápido em atividades de projetos de energia renovável em 2023, à medida que continua seu boom solar e eólico, de acordo com dados da BNamericas.

Espera-se que os desenvolvedores no país comecem a construção de projetos de energia renovável (excluindo hidrelétricas) totalizando 9.240 MW de capacidade, superando os 6.105 MW de 2022.

A energia solar representa 5.940 MW, em comparação com 4.524 MW em 2022, enquanto a previsão é de que 3.300 MW venham de parques eólicos, contra 1.581 MW no ano passado.

O gasto total de capital nos projetos renováveis do Chile deve chegar a US$ 7,95 bilhões. Os três maiores desenvolvimentos, em termos de capex, estão todos localizados nas planícies do deserto de Atacama, na região de Antofagasta – de grande potencial eólico e solar –, localizada no norte do país.

O maior é o complexo ERNC Antofagasta, de 1.203 MW, sendo atualmente construído pelo espanhol Grupo Ibereólica, no município de Taltal.

Orçado em US$ 874 milhões, o projeto prevê 675 MW de energia solar fotovoltaica e 528 MW de capacidade eólica, a serem conectados à rede por meio de uma nova linha de transmissão e subestação de 500 kV. A fase de construção está prevista para durar 42 meses.

Em segundo lugar está o parque de energia renovável Terra Energía, de 862 MW, também em Taltal, destinado a exigir US$ 750 milhões de investimento. De propriedade da Energía Eólica Paposo, terá 512 MW de energia solar fotovoltaica e 350 MW de capacidade eólica onshore, e será servida por uma nova infraestrutura de transmissão de 500 kV.

Enquanto isso, a ERNC Loa está programada para começar a trabalhar em seu parque solar e eólico de 518 MW em Tocopilla. O trabalho está previsto para começar em outubro, com um investimento total estimado em US$ 495 milhões.

O apetite por investimentos em energia renovável no Chile foi impulsionado por um cenário regulatório estável e pelos esforços do governo para expandir a infraestrutura de transmissão e armazenamento.

Uma lei de energia atualmente em análise no Congresso busca garantir um mínimo de 60% de energia renovável não convencional até 2030.

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Entre as empresas de energia que buscam aproveitar as oportunidades no Chile está a norte-americana Atlas, que atualmente trabalha em um portfólio de 417 MW de três projetos eólicos, conhecidos coletivamente como Alpaca.

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“Estamos convencidos de que o governo fará todo o necessário para promover certezas ao invés de dúvidas, visando permitir investimentos e o desenvolvimento de energia limpa no país”, disse à BNamericas em setembro o CEO da Atlas Chile, Alfredo Solar.

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“Vemos como muito necessário por parte das autoridades dar segurança à construção de projetos na área de Araucanía, agilizar os processos de licenciamento – cada vez mais complexos – e antecipar as necessidades de transmissão, já que seu atraso gera enormes riscos às geradoras.”

CRESCIMENTO NO BRASIL E NA COLÔMBIA

O segundo país mais movimentado para novos empreendimentos de energia renovável na América Latina e no Caribe em 2023 será o Brasil, que deverá ter 8.638 MW de capacidade solar e eólica entrando em fase de construção. O número, ante 10.082 MW em 2022, inclui 5.493 MW de energia solar e 3.145 MW de eólica.

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A Aneel prevê o Brasil adicionando 10.300 MW de nova capacidade de geração de energia em 2023, cerca de 90% provenientes de novas usinas solares e eólicas (algumas delas já iniciaram as fases de construção em 2022).

A Colômbia, que começou tarde na corrida das energias renováveis, deverá começar a construir 1.753 MW de energia solar e eólica, em comparação com 1.871 MW no ano passado.

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O México está dando início a 964 MW (abaixo dos 2.981 MW de 2022), a Argentina 474 MW (abaixo dos 1.151 MW) e a República Dominicana a 44 MW (abaixo dos 384 MW).

No geral, os desenvolvedores em toda a região devem começar a trabalhar em projetos de energia renovável totalizando 22.181 MW este ano, dos quais 13.606 MW são solares e 8.574 MW eólicos. A previsão compara com 24.028 MW em 2022 (16.701 MW solar, 7.328 MW eólico).

A ligeira queda coincide com a cautela dos investidores em meio à desaceleração da atividade econômica global, gargalos contínuos na cadeia de suprimentos e uma crescente mudança para projetos de geração distribuída, que não foram incluídos na pesquisa para este artigo.

NOTA: o universo de projetos renováveis utilizados para esta análise inclui plantas eólicas e solares em escala de utilidade pública que, em 2022, iniciaram as fases de pré-construção ou construção (e a mudança de estágio foi confirmada por nossos temas de pesquisa), bem como plantas que, segundo nossa pesquisa, entrarão em fase de pré-construção ou construção em 2023. Todos os dados vêm do banco de dados de projetos proprietários da BNamericas. As informações sobre etapas e datas são publicadas ou fornecidas aos nossos pesquisadores por desenvolvedores de projetos, empreiteiros e órgãos governamentais.

(Com reportagem adicional de Felipe Espinoza)

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