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Datacenters da América Latina: capacidade e preços sobem, vacância cai

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Datacenters da América Latina: capacidade e preços sobem, vacância cai

Os principais mercados de datacenter da América Latina encerraram o primeiro trimestre com 672 MW em disponibilidade de capacidade (estoque), dobrando em comparação com o mesmo trimestre de 2020, de acordo com um relatório da empresa de serviços imobiliários e investimentos CBRE sobre o mercado global de datacenters.

“A região experimentou um crescimento significativo nos últimos três anos, com a oferta dobrando desde o primeiro trimestre de 2020. O Brasil foi o que mais cresceu, com estoques de 127% de 2020 a 2022. É também o maior, com cerca de 67% do estoque da região”, diz o relatório.

Enquanto o estoque cresceu, a taxa média de vacância caiu, o que significa que os sites estão cada vez mais ocupados e demandados. A taxa de vacância caiu para 8,6% no primeiro trimestre, em comparação com 12,2% no ano anterior. O relatório disse que a tendência foi mais notável em Santiago, onde a vacância caiu de 11,7% para 3%.

“Querétaro também está mostrando uma vacância muito apertada de 3,1%. A maior parte do novo estoque da região foi pré-arrendada para hiperescaladores, com alta demanda persistente”, escreveu a CBRE.

ABSORÇÃO LÍQUIDA E TAXAS DE LOCAÇÃO

A absorção líquida – quantidade de capacidade ofertada que é utilizada – também é alta na América Latina, embora tenha esfriado.

“No primeiro trimestre de 2023, a absorção líquida caiu ligeiramente em relação ao ano anterior para 62,2 MW, embora a demanda na América Latina tenha permanecido robusta. A absorção líquida na América Latina mais que dobrou desde 2020, quando o mercado absorveu 61 MW, quase 20% do estoque total.”

Impulsionadas pela crescente demanda de nuvem e datacenters, as taxas de aluguel de colocation na América Latina estão subindo igualmente.

A CBRE disse ainda que os preços na América Latina são mais elevados do que na América do Norte e na Europa, uma vez que a oferta limitada, as altas taxas e impostos têm impacto. Olhando para os principais hotspots globais de datacenter, Santiago e Bogotá ocupam o segundo e o terceiro lugares, respectivamente, em preços de aluguel, atrás apenas de Cingapura.

Os preços também variam drasticamente. Em Santiago, por exemplo, a faixa de preço mensal para 250-500 kW, excluindo custos de eletricidade, é de US$ 180-450 e em Bogotá US$ 240-380, segundo a CBRE.

Em comparação, em North Virginia, considerado o hub de datacenter mais movimentado do mundo, com 2.132 MW em estoque, a faixa é de US$ 100-140 – a segunda mais barata, segundo as medições da CBRE.

DESTAQUES E DESAFIOS REGIONAIS

Cerca de “70 MW estão disponíveis nos principais mercados (São Paulo, Santiago, Querétaro e Bogotá), que são distribuídos entre ativos corporativos antigos e novos que oferecem serviços de colocation”, disse a CBRE. E acrescentou: “pode ser um desafio atender às demandas de organizações que exigem mais de 1 MW devido ao espaço de locação disponível limitado de alguns países”.

São Paulo lidera na América Latina com 52,3 MW de disponibilidade de locação no primeiro trimestre de 2023, abaixo dos 69 MW no primeiro trimestre de 2022, conforme o relatório.

A CBRE disse que a região metropolitana “está atraindo incorporadoras-operadoras porque é o maior, mais populoso e mais rico mercado do Brasil e o maior da América Latina”. Ele também destacou sua “baixa latência, excelente conectividade e infraestrutura robusta para empresas que precisam de capacidade” e a existência de uma “alta concentração de serviços de TI oferecidos em São Paulo, o que a torna um local adequado para datacenters”.

A proximidade com empresas globais, bolsa de valores B3 e estações de cabos também é vista como vantajosa.

Mas os preços dos terrenos em São Paulo representam um desafio, pois são mais altos, à medida que surgem mais projetos regionais e os players existentes destinam terras e energia para planos de expansão.

“Além disso, muitas propriedades são inadequadas para o desenvolvimento de datacenters devido à falta de utilitários e conectividade de fibra, o que pode complicar ainda mais o processo de desenvolvimento e exigir uma avaliação cuidadosa para a seleção do local. Por fim, os provedores devem lidar com requisitos regulatórios e de licenciamento complexos e demorados”.

Santiago

O estoque de 109 MW de Santiago cresceu nos últimos anos à medida que mais operadoras buscam aproveitar os cabos submarinos que conectam a região com a América do Norte e a futura conectividade com a Ásia-Pacífico.

O relatório informa que os datacenters de varejo e telecomunicações estão no centro, enquanto as instalações de hiperescala e atacado estão no norte de Santiago.

As oportunidades também incluem a matriz energética limpa. O sul de Santiago é visto como detentor de potencial inexplorado para o crescimento de datacenters, já que o estoque permanece baixo.

Mas “o uso da água e o descarte de resíduos perigosos são preocupações ambientais específicas que estendem os cronogramas de desenvolvimento na área”, disse o relatório.

O fornecimento insuficiente de energia em certas áreas e o risco de desastres naturais, como terremotos e inundações, aparecem como outros obstáculos.

“O processo de escolha do local costuma ser demorado, devido ao tempo necessário para obter as licenças ambientais. Além disso, muito pouco terreno é aprovado para desenvolvimento”, disse a CBRE.

Querétaro

A proximidade com a Cidade do México e a próspera região de Bajío alimentam o crescimento dos negócios em Querétaro, segundo a CBRE, que também lista a presença de 76 parques industriais e muitos dos maiores datacenters bancários do país.

O estado também serve como um backbone de internet crucial que conecta a Cidade do México e os EUA, e os preços dos terrenos ainda são competitivos em comparação com outras regiões.

“Querétaro tem experimentado um crescimento significativo da indústria de TI e tecnologia, impulsionado por um ambiente de negócios favorável, apoio do governo e uma força de trabalho qualificada. O aumento da demanda por serviços de datacenter veio em seguida.”

Contudo, a demanda crescente da região está levando a restrições e atrasos no fornecimento de energia elétrica.

Além disso, provedores de datacenter baseados na Cidade do México estão buscando oportunidades em Querétaro, intensificando a concorrência local. Querétaro tem apenas 1,2 MW disponíveis para locação, segundo a CBRE.

O relatório também mostrou que a Colômbia, principalmente Bogotá, está atraindo mais desenvolvimento de datacenters devido ao tamanho de sua economia e à localização da interconectividade, apesar dos desafios com a disponibilidade de terrenos, longos períodos de licenciamento e crescentes preços de aluguel.

“O tamanho do mercado local de datacenter não é proporcional à população e ao tamanho da economia, criando uma oportunidade de investimento”, apontou o relatório.

Oportunidades e desafios também estão listados para Lima e Montevidéu.

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