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Destaque: capex de energia elétrica do Brasil

Bnamericas Publicado: terça-feira, 17 janeiro, 2023
Destaque: capex de energia elétrica do Brasil

O setor de energia elétrica do Brasil atrairá investimentos multibilionários em 2023, disseram analistas à BNamericas.

O capex será destinado à geração de energia, especialmente projetos de energia renovável, além de transmissão e distribuição.

Luan Alvez, analista-chefe da VG Research, destacou os planos de investimento de quatro empresas.

ELETROBRAS

A Eletrobras pretende investir cerca de R$ 9 bilhões (US$ 1,75 bilhão) este ano, dos quais R$ 4,7 bilhões são destinados à geração, R$ 3,8 bilhões à transmissão e R$ 500 milhões a entidades de propósito específico (SPEs).

Do total, cerca de R$ 4,2 bilhões serão destinados à manutenção das subsidiárias Furnas, Chesf, Eletrosul e Eletronorte, do projeto nuclear Angra III, Amazonas GT, CGTEE e da hidrelétrica Santo Antônio.

Alvez não espera qualquer aquisição significativa no curto prazo pela Eletrobras, que foi privatizada no ano passado.

“O que a empresa fará nos primeiros anos da privatização é um processo de turnaround operacional e financeiro, como ocorreu com a Cesp/Auren de 2018 a 2022, que deve trazer um forte ciclo de pagamento de dividendos. Após o turnaround, a empresa estará mais ativa em M&A”, disse à BNamericas.

CPFL

A  CPFL Energia planeja investir cerca de R$ 5 bilhões em 2023, dos quais R$ 3,9 bilhões serão para distribuição, R$ 640 milhões para transmissão e R$ 520 milhões para geração.

A CPFL Paulista, responsável pela distribuição de energia na cidade de São Paulo, receberá R$ 1,6 bilhão.

A CPFL Piratininga e a Santa Cruz (distribuição no interior de São Paulo) receberão um total de 750 milhões de reais, enquanto a RGE Sul (distribuição no estado do Rio Grande do Sul) receberá 1,6 bilhão de reais.

Os projetos de geração com foco em renováveis receberão R$ 520 milhões, e o segmento de transmissão R$ 620 milhões, parte significativa dos quais irá para a empresa de transmissão de energia do Rio Grande do Sul (CEEE-T), adquirida pela CPFL em 2021.

ENGIE

A Engie planeja investir aproximadamente R$ 4,0 bilhões em 2023, priorizando os mercados de geração de energia (com foco em renováveis), transmissão de energia e gás.

A VG Research espera que sejam investidos R$ 1,7 bilhão no complexo eólico de Santo Agostinho, no Rio Grande do Norte, e R$ 150 milhões no projeto de transmissão Novo Estado no Pará e Tocantins.

Outros destaques da Engie 2023 incluem o parque eólico Serra do Assuruá, na Bahia, o projeto de energia solar fotovoltaica Assú, no Rio Grande do Norte, o projeto solar Alvorada e os parques eólicos Umburanas e Campo Largo, na Bahia.

Além disso, 200 milhões de reais devem ser investidos no transporte de gás por meio da subsidiária da Engie, a Transportadora Associada de Gás (TAG).

NEOENERGIA

Enquanto isso, a Neoenergia deve investir cerca de R$ 10 bilhões este ano, sendo R$ 4 bilhões para suas distribuidoras de energia Coelba, Cosern, Celpe, Elektro e Neoenergia Brasília, R$ 3 bilhões para transmissão de energia e R$ 3 bilhões para projetos de geração renovável.

Aline Penteado, gerente de negócios estruturados da BMG Seguros, disse que cerca de R$ 70 bilhões por ano devem ser investidos no Brasil no setor de energia elétrica na próxima década, segundo projeções da federal Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

As duas licitações de transmissão de energia programadas para serem realizadas apenas pela Aneel devem atrair mais de R$ 15 bilhões.

Nos últimos leilões, os licitantes apresentaram descontos superiores a 50%.

“O que observamos é que eles entram de forma agressiva tanto no desconto quanto na entrega dos empreendimentos, antecipando sua entrega e, assim, sua receita antecipada [RAP]. Mesmo assim, são obras de excelente qualidade, dentro das especificações técnicas”, disse Penteado à BNamericas.

Entre os principais players do segmento de transmissão estão multinacionais como Engie, ISA-CTEEP, EDP e State Grid.

Um dos maiores projetos de transmissão do Brasil é a linha de Tucuruí, projetada para conectar o extremo norte do estado de Roraima à rede elétrica nacional.

No ano passado, o governo federal assinou um acordo legal para resolver questões indígenas para cumprir as condições estabelecidas no plano de construção da linha de transmissão, mas as perspectivas do projeto permanecem nebulosas.

“Por envolver terras indígenas, pode ser que novos estudos sejam solicitados ou analisados de forma diferente, considerando a mudança de governo”, disse Penteado.

O novo presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu reposicionar o Brasil como um ator ambiental global, respeitoso com as populações nativas, e criou um ministério federal focado em questões indígenas, em contraste com seu antecessor Jair Bolsonaro.

Outros investimentos serão atraídos por meio dos leilões de geração de energia da Aneel, tanto para capacidade de reserva quanto para energia nova e existente.

Entre os principais players do segmento destacados por Penteado estão Cemig, Enel, Eletrosul, EDP, Energisa e Equatorial Energia.

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