
Investimentos em computação de borda do Brasil devem disparar com 5G, analytics e nuvem

Os investimentos em computação de borda, que aproxima o processamento de dados dos clientes, devem crescer fortemente no Brasil nos próximos anos, graças às novas demandas geradas pelo ecossistema 5G e por maiores e melhores exigências de análise de dados, segundo diversos analistas e executivos.
Esta arquitetura também é vista como fundamental para garantir baixa latência, processamento local e requisitos de residência de dados, e deve acelerar ainda mais o já altamente ativo segmento de data centers no país.
A IDC estima que cerca de US$ 2,9 bilhões serão destinados a soluções e serviços relacionados a big data e analytics no Brasil este ano, um aumento de 10,8% em relação a 2020. Enquanto isso, prevê que os gastos com inteligência artificial e machine learning crescerão 28%, para US$ 504 milhões.
As projeções foram apresentadas em um webinar da IDC sobre o mercado brasileiro e são provenientes de pesquisas realizadas pela empresa de pesquisa com centenas de CIOs entre o final de 2021 e o início de 2022.
“Muitas empresas ainda carecem de uma cultura de dados consolidada e disseminada, necessária para estabelecer métricas e modelos ágeis de tomada de decisão, gerando assim maior competitividade. Neste contexto, o avanço da computação de borda, impulsionado pelo 5G, deve ter um papel de destaque”, disse Luciano Ramos, gerente de pesquisa da IDC para a América Latina.
Os gastos com IaaS (sigla em inglês para “infraestrutura como serviço”) em nuvem pública devem chegar a US$ 1,9 bilhão este ano – um aumento de 36% –, enquanto os investimentos relacionados à nuvem privada (infraestrutura local) devem ter um aumento menor de 7,9%, para US$ 540 milhões, de acordo com a IDC.
Uma série de investimentos recentes em computação de borda apoiam essas projeções.
Nesta semana, o Edge UOL, unidade recém-criada do grupo brasileiro de internet UOL, anunciou uma parceria com Amazon Web Services (AWS) e Scala Data Centers para explorar a computação de borda.
Como parte do acordo, o Edge UOL atuará como um provedor de serviços gerenciados com base nos servidores de infraestrutura on-premise AWS Outposts, instalados nos data centers de borda da Scala.
A provedora de telecomunicações corporativa e no atacado Ava Telecom está implantando uma rede de data centers de borda no estado de São Paulo, onde se concentram suas operações para provedores de serviços de internet (ISPs).
A implantação, anunciada no ano passado, vem sendo realizada em parceria com Multiway, Leveros Solar e BlumaTech. A Multiway é a fabricante dos racks e servidores, enquanto a Leveros fornecerá os painéis fotovoltaicos.
Por sua vez, a Embratel – empresa brasileira de B2B da América Móvil – planeja ter 12 datacenters de borda no país até o final deste ano. Três deles já estão em operação, em São Paulo, Brasília e Curitiba.
A AWS também anunciou planos para um edge cloud em Fortaleza, seu terceiro site de borda no Brasil. Os outros dois estão em São Paulo e no Rio.
A empresa também está conversando com empresas brasileiras, incluindo mineradoras, para implantar computação de borda em suas redes privadas.
CRESCENDO RUMO A UM PICO A PARTIR DE 2023
Em um estudo encomendado à Frost & Sullivan sobre o mercado local de data centers, a Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) projeta que a demanda por computação de borda atingirá um pico a partir de 2023.
O estudo, coordenado pelo gerente da Frost & Sullivan no Brasil, Renato Pasquini, coloca computação de borda/computação de borda de multiacesso/descentralização de dados/convergência tecnológica entre as três principais oportunidades de crescimento no segmento.
Os outros dois são hiperescaladores/serviços de colocação, análise de dados/inteligência artificial para operações de TI/automação e ferramentas de gerenciamento de data center remoto.
Vinculada ao Ministério da Economia do Brasil, a ABDI se dedica a pesquisas e projetos particularmente relacionados à Indústria 4.0. O estudo pesquisou 51 das maiores empresas, indústrias e órgãos públicos que contratam serviços de data center no Brasil.
A Frost & Sullivan projeta um crescimento de receita de 15,9% para o mercado de serviços de data center no Brasil este ano, atingindo R$ 8,62 bilhões (US$ 1,65 bi).
A consultoria lista 55 grandes data centers operando nas maiores regiões metropolitanas do Brasil em junho de 2021. Destes, 17 pertencem à Ascenty.
Em termos de receita, nos dados, que datam de 2020, IBM, Ascenty, Equinix e Tivit lideram as vendas em serviços de colocação e outsourcing no país, com as seguintes participações de mercado de receita: 14%, 13,4%, 12,2% e 10,9%, respectivamente.
Entre os principais desafios para as empresas quando se trata de serviços de data center estão os altos custos de construção e operação desses sites, principalmente relacionados a impostos, consumo de energia e importação de equipamentos, além da incerteza legal e regulatória relacionada a taxação e regulamentação, e a escassez de trabalhadores especializados.
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Os principais impulsionadores para a contratação de serviços de data center são otimizar o desempenho da computação de armazenamento (52,9% das respostas), reduzir os riscos do negócio (37,3%) e ajudar a armazenar grandes ou crescentes quantidades de dados (27,5%).
O estudo também aponta oportunidades no setor, pois apenas 19,6% dos entrevistados disseram que seus dados não confidenciais são mantidos inteiramente em infraestrutura de terceiros.
Outros 45,1% disseram manter parcialmente os dados em sites de terceiros e 33,3% mantêm todos os seus dados internamente, em estruturas próprias.
CENÁRIO
Indo além dos data centers, as perspectivas para o mercado de TIC no país este ano são geralmente otimistas.
As percepções dos analistas são de que questões macroeconômicas e uma possível volatilidade política não superarão as exigências de usuários e empresas em relação a conectividade e digitalização.
“As expectativas para o crescimento do mercado brasileiro de TIC em 2022 são as maiores dos últimos oito anos, mesmo diante de um cenário de crescimento econômico moderado na América Latina e eleições em nosso país”, afirma Denis Arcieri, gerente nacional do IDC Brasil.
O IDC prevê que TI e telecomunicações crescerão juntos 8,2% em termos de vendas este ano, com TI crescendo 10,6% e Telecom 4,0%.
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