Mercosul conclui acordo de livre comércio com a EFTA e tem como próximo alvo a União Europeia
O Mercosul, bloco comercial formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, além de membros associados, avança na conclusão de acordos de livre comércio, apesar das divergências políticas entre seus líderes.
Esta semana, o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) – composta por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein – anunciaram a conclusão das negociações sobre um acordo de livre comércio entre os dois blocos durante a 66ª cúpula do Mercosul, realizada em Buenos Aires.
O anúncio ocorre no momento em que continuam as negociações entre o Mercosul e a União Europeia, que podem ser finalizadas ainda este ano, segundo analistas.
"O acordo com a EFTA neste momento é muito importante para que o Mercosul também avance com o acordo com a União Europeia, porque as bases dos acordos são muito semelhantes e isso mostra que os países sul-americanos estão abertos a negociar. Além disso, o acordo com a EFTA é bastante abrangente e também envolve investimentos", disse à BNamericas Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil e sócio-fundador da BMJ Consultores Associados.
"Neste momento, os principais obstáculos a um acordo entre o Mercosul e a União Europeia estão centrados principalmente nos agricultores da França e da Polônia, enquanto entre os países sul-americanos parece haver um consenso sobre a intenção de chegar a esse acordo até o final do ano", acrescentou.
O Mercosul tenta há anos finalizar um acordo com o bloco europeu, mas já foi prejudicado pela resistência do setor agrícola europeu.
Recentemente, no entanto, também surgiram dúvidas quanto à disposição dos próprios membros do Mercosul de chegar a tal acordo, devido em grande parte a diferenças políticas, particularmente entre os líderes de suas duas maiores nações, o presidente Lula e seu homólogo argentino, Javier Milei.
Lula apoia uma agenda multilateral, promovendo vários acordos, enquanto Milei expressou repetidamente sua preferência por negociações bilaterais, chegando a sugerir um acordo de livre comércio entre a Argentina e os EUA – uma proposta que não registrou nenhum progresso até o momento.
O Brasil, que assumiu a presidência temporária do Mercosul até 1º de dezembro, busca alavancar as preocupações internacionais desencadeadas pelos aumentos de tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, visando abrir novas frentes de negociações comerciais.
Nesse contexto, o Brasil busca avançar nos acordos comerciais do Mercosul com Canadá, Japão, Vietnã, Indonésia, México e Índia. Esses países, todos impactados pelas barreiras tarifárias dos EUA, também demonstraram o desejo de diversificar suas relações comerciais, conforme revelou à BNamericas um membro do governo brasileiro que pediu para não ser identificado.
O acordo
Pelo acordo, será criada uma zona de livre comércio que abrangerá quase 300 milhões de pessoas e um PIB combinado de mais de US$ 4,3 trilhões. Ambas as partes se beneficiarão de melhor acesso ao mercado para mais de 97% de suas exportações, aumentando o comércio bilateral e gerando benefícios para empresas e cidadãos, segundo o governo brasileiro.
"Esses resultados demonstram que o Mercosul é uma plataforma central e eficaz na inserção global das nossas economias. Nós somos capazes de alcançar esses resultados quando trabalhamos em conjunto como um bloco. Da perspectiva do Brasil, além de acesso a mercados, este Acordo também preserva o importante espaço para políticas em áreas como acesso à saúde, inovação e desenvolvimento sustentável", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Para os produtos brasileiros, o livre acesso aos mercados da EFTA cobrirá quase 99% do valor exportado, abrangendo os setores agrícola e industrial. Isto inclui novas oportunidades para produtos agrícolas como carne bovina, aves, carne suína, milho, farelo de soja, melaço de cana, mel, café torrado, álcool etílico e diversas frutas e sucos.
A EFTA eliminará 100% das tarifas de importação nos setores industrial e pesqueiro após a entrada em vigor do acordo.
"Este acordo também trará benefícios para o setor de petróleo e gás, porque a Noruega é um importante player global nesses setores, e para a indústria farmacêutica, já que a Suíça é um parceiro importante nessa área", disse Barral.
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