
Os obstáculos das mineradoras chilenas no caminho da transição energética
Um estudo da consultoria CRU Group constatou que quase metade das 40 mineradoras do Chile – que representam cerca de 55% da produção nacional de cobre, zinco e níquel – não tem objetivos claros de neutralidade de carbono definidos para 2050.
A mineração de cobre no país enfrenta dificuldades derivadas do envelhecimento dos depósitos, das maiores exigências no processo de licenças ambientais e da necessidade de adoção de tecnologias para aumentar a produção e, ao mesmo tempo, reduzir a pegada de carbono e os custos.
“O Chile é menos competitivo, tanto em custos quanto em emissões, do que 50% da indústria mundial”, disse Eric Medel, analista sênior de modelos de custos de cobre da consultoria CRU, à BNamericas.
“Os custos aumentaram 40% em comparação com os últimos dez anos, e haverá uma elevação do valor atual de US$ 1,35/lb para US$ 3,90/lb até 2050, o que exige mais mudanças tecnológicas”, acrescentou o especialista durante um seminário organizado pela CRU e o centro de estudos de cobre Cesco.
A tendência de alta dos custos operacionais da mineração também foi apontada pela Comissão Chilena de Cobre (Cochilco). A inflação, que se traduz em insumos mais caros, e a queda na produção estão influenciando esse cenário.
Operações maiores geralmente têm custos mais baixos do que as menores, segundo a Cochilco, pois têm mais apoio financeiro e melhores práticas de eficiência energética, bem como acesso a tecnologias e energias renováveis.
As melhores práticas de consumo energético são essenciais para combater os problemas geológicos da mineração. “Até 2050, os teores chegariam a uma redução de 17%”, apontou Medel.
Isso se traduz em um custo maior para a extração de mais minério e em maior profundidade para produzir o mesmo volume de cobre.
Conseguir um fornecimento de energia com baixas emissões que permita a extração e o processamento 24 horas por dia é outro desafio para a indústria de mineração. Na transição energética, os primeiros usuários capazes de transformar seus modelos de produção serão os primeiros beneficiados, disseram os participantes do evento da CRU.
No entanto, a oferta de combustíveis verdes ainda é insuficiente para cobrir todas as necessidades da indústria, e são necessários acordos com fornecedores locais para obter energia de fontes renováveis.
“Vimos uma grande implantação de PPAs [contratos de fornecimento] na indústria de mineração. Com isso, 50% da demanda energética do setor será coberta por energias renováveis até 2023 ou 2024”, informou o analista.
Alguns PPAs do setor de mineração chileno foram fechados pela Antofagasta Minerals (Amsa) e a Colbún para abastecer a mineradora Zaldívar; Amsa e Engie Energy para alimentar Antucoya; Collahuasi e a usina fotovoltaica Pozo Almonte; Candelaria e a AES Chile, as unidades Escondida e Spence, da BHP, com Enel e Colbún, respectivamente; Caserones e Enel; Sierra Gorda e AES Gener; e Lomas Bayas e Engie.
Para acelerar o caminho para a neutralidade de carbono, o Chile promulgou uma lei sobre eficiência energética e outra sobre armazenamento de energia e eletromobilidade. As duas concedem benefícios para que as empresas possam incorporar energia limpa em suas operações.
“Elas deram mais velocidade ao tema, mas ainda precisamos entender como o melhor uso da energia pode ajudar as empresas em termos de custos e produtividade, além de reduzir as emissões”, explicou à BNamericas Natacha Henríquez, consultora de processos de mineração e eficiência energética da empresa local Optimet.
A indústria do cobre deve adotar um modelo de mineração verde que priorize a eficiência hídrica e energética, disse Elio Cuneo, presidente da consultoria de energia Orrisk, em entrevista à BNamericas publicada em outubro.
Serão necessárias 7,6 Mt (milhões de toneladas) adicionais de cobre por ano até 2035 para atingir as metas globais de descarbonização, já que o metal é essencial para a fabricação de veículos elétricos e o armazenamento de energia renovável.
Isso equivale à produção total do Chile, principal fornecedor mundial, e do Peru, país que vem na sequência. Juntos, ambos respondem por 40% da oferta global atual.
“Todo ano, uma mina com características semelhantes a Collahuasi deveria ser aberta para preencher a lacuna de abastecimento”, destacou Medel.
No entanto, a produção de cobre deverá diminuir entre 2025 e 2026 e “haverá uma lacuna significativa de oferta, de cerca de 6 Mt até 2035”, acrescentou Erik Heimlich, chefe de fornecimento de metais básicos da CRU.
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