Brasil e Argentina
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Semeando o progresso: grupo brasileiro de agricultura conectada está de olho na Argentina

Bnamericas Publicado: quinta-feira, 02 fevereiro, 2023
Semeando o progresso: grupo brasileiro de agricultura conectada está de olho na Argentina

A ConectarAGRO, maior associação industrial do Brasil voltada para a conectividade de fazendas e áreas rurais, espera iniciar conversas com congêneres argentinos para levar esse modelo também para aquele país, possivelmente ainda este ano.

“As marcas que estão no ConectarAGRO tem se reunido com pares na Argentina para verificar a melhor maneira de organizar uma ação para aumentar a conectividade no mercado argentino”, disse à BNamericas Ana de Andrade, presidente da associação.

Andrade também é diretora de assuntos regulatórios brasileiros da fabricante americana de equipamentos agrícolas AGCO Corporation, um dos membros fundadores da ConectarAGRO.

A ideia de expandir a entidade multissetorial para a Argentina não é nova, mas avançou pouco nos últimos anos. No entanto, as negociações foram intensificadas, principalmente com a Afat, associação argentina de fabricantes de tratores e implementos agrícolas.

Entre os modelos contemplados está a criação de uma nova associação separada, formada de acordo com a legislação argentina.

Essa entidade irmã incluiria alguns dos atuais membros da ConectarAGRO no Brasil – a maioria multinacionais – e também incorporaria produtores e prestadores de serviços argentinos interessados em expandir a infraestrutura de telecomunicações nas áreas rurais do país.

“Embora as deficiências [do Brasil e da Argentina] sejam as mesmas no que diz respeito à falta de conectividade nas áreas de produção agrícola, há que se considerar ainda outras características próprias do país, tanto da produção agrícola, quanto do arcabouço institucional, para desenhar o melhor modelo”, disse Andrade.

Após seu lançamento em dezembro de 2019, o grupo ConectarAGRO – cujas oito empresas fundadoras foram AGCO, Bayer's Climate FieldView, CNH Industrial, Jacto, Nokia, Solinftec, TIM e Trimble – tornou-se formalmente uma associação civil sem fins lucrativos em 2020.

Com a mudança de status, novas empresas puderam ingressar no grupo como sócias ou associadas.

A Telit, habilitadora de IoT dos EUA, juntou-se ao grupo no ano passado, por exemplo. Os módulos, planos de dados e recursos de plataforma da Telit são usados para fornecer aos produtores agrícolas e provedores de soluções de conectividade, dados e ferramentas de gerenciamento para fornecer aplicativos de IoT – tais como monitoramento de colheita/pecuária, gerenciamento de água/irrigação, conformidade regulatória da fazenda ao garfo e agricultura de precisão.

A empresa norueguesa de fertilizantes Yara International é outro membro recente, assim como a Amazon Web Services (AWS), maior fornecedor mundial de soluções de nuvem pública.

A associação também acaba de aceitar a inclusão de um novo conglomerado, embora Andrade não tenha revelado seu nome por enquanto.

Segundo Andrade, o grupo está aberto a novos players, principalmente empresas de conectividade, provedores de infraestrutura de telecomunicações e fabricantes de máquinas e equipamentos.

COBERTURA

Em 2022, os projetos desenvolvidos por meio da ConectarAGRO levaram a conectividade 4G a 12 milhões de hectares de terra, aproximadamente o mesmo tamanho de Portugal, em áreas rurais e remotas do Brasil.

Segundo Andrade, esta área abrange uma população de cerca de 1 milhão de pessoas em 485 municípios e 12 estados. A meta é conectar pelo menos mais 1 milhão de hectares nos próximos meses.

No que diz respeito à tecnologia móvel, o 4G utilizado nas zonas rurais, fornecido maioritariamente através da frequência de 700 MHz, é “mais do que suficiente” para satisfazer as atuais necessidades dos produtores.

Por operar em frequências mais baixas que o 5G, que usa principalmente espectro acima de 1 GHz, a frequência oferece uma área de cobertura muito mais ampla, embora sem a mesma capacidade de transmissão e latência ultrabaixa do 5G. Com isso, os custos são mais baratos, pois são necessárias menos antenas para cobrir a mesma área.

Segundo Andrade, as principais demandas de conectividade dos agricultores, desde colheitadeiras conectadas a drones e sistemas de irrigação inteligentes, não exigem latência ultrabaixa.

“Para o campo, hoje, o 4g é uma solução excelente. A rede de 700Mhz é muito eficiente para endereçar a demanda existente”, destacou.

FINANCIAMENTO

Um dos principais objetivos do grupo é conscientizar agricultores e formuladores de políticas públicas sobre a importância da conectividade rural para aumentar a eficiência agrícola, além de melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem e trabalham no campo, explicou.

A ConectarAGRO está em conversas com o BNDES sobre os meios para financiar cooperativas, embora não produtores individuais, para ajudá-las a adquirir tecnologia, de acordo com Andrade.

Ela também defende a utilização do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para financiar a conectividade rural, bem como o cumprimento pelas telcos das obrigações estabelecidas no leilão brasileiro do 5G, o qual exigiu que as vencedoras das licenças de 700 MHz levassem o 4G a pequenas comunidades.

“O que nós temos trabalhado no ConectarAGRO são duas linhas bastante claras. Uma é uso de cooperativas de produtores para liderar a iniciativa e prestar um serviço para os cooperados. É uma forma possível. A segunda forma é por meio de políticas públicas. Conversamos com três níveis, governo federal, governos estaduais e municipais. Porque não queremos deixar ninguém para trás. E onde tem agricultura, tem IDH alto”, concluiu Andrade.

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