Após superar projeções para 2022, Las Bambas é paralisada por crise no Peru

A mina peruana Las Bambas, de propriedade da empresa de capital chinês MMG, fechou 2022 com uma produção de cobre acima do esperado, embora na quarta-feira (01) tenha sido forçada a interromper suas operações como resultado da profunda e violenta crise política que afeta a nação andina.

A empresa indicou que os bloqueios e protestos obrigaram à paralisação da mina, que vai ser sujeita a cuidados e manutenção. Em meados de janeiro, havia avisado que nenhum insumo de qualquer tipo poderia ser trazido para o campo de mineração.

No final de 2022, a empresa registrou 85 mil t de cobre em estoques devido à paralisação das atividades de transporte ante os protestos.

PRODUÇÃO DE 2022

A mina, localizada na região de Apurímac, produziu 73.093 t de cobre no quarto trimestre e fechou o ano com um total de 254.836 t do metal vermelho.

Em meados de 2022, a empresa ajustou sua estimativa de produção de cobre depois que suas operações foram paralisadas por mais de 50 dias devido a protestos sociais. Primeiro, a projeção era de 240 mil t, que depois subiu para 250 mil t com a recuperação gradual das atividades.

No entanto, a recuperação – com 153.827 t produzidas entre julho e dezembro – não foi suficiente para atingir os níveis de 2021. Em comparação com aquele ano, a produção de 2022 contraiu 12%.

De acordo com a apresentação de resultados da empresa, o terceiro moinho de bolas – investimento anunciado no evento de Perumin – foi comissionado no quarto trimestre de 2022, permitindo o maior desempenho trimestral de moagem desde 2020.

CHALCOBAMBA

O futuro da nova mina de Las Bambas – que expandirá a capacidade de produção para 400 mil t/ano – permanece indefinido. O diálogo com Huancuire, uma comunidade camponesa que bloqueia o desenvolvimento, foi retomado em janeiro, mas as negociações foram interrompidas devido a protestos em todo o território. Las Bambas esperava ter o comissionamento de Chalcobamba até o final de 2022.

“Esperamos avançar nas discussões assim que a agitação social se dissipar, [...] chegar a um acordo positivo, sustentável e duradouro é a chave para destravar a próxima fase de crescimento por meio do desenvolvimento do campo de Chalcobamba”, disse Liangang Li, presidente executivo interino da MMG, empresa com sede em Melbourne e dona de 62,5% da Minera Las Bambas.

Se um acordo for alcançado, Las Bambas espera que o desenvolvimento da mina comece no segundo semestre deste ano.

PROJEÇÕES PARA 2023

O setor de mineração peruano não começou bem o ano, embora Las Bambas espere superar os resultados de 2023 produzindo entre 265 mil t e 305 mil t de cobre neste 2023.

Embora seja uma melhora em relação aos níveis de 2022, o valor está sujeito à pronta resolução dos protestos, à retomada das atividades e à recuperação da capacidade logística para transportar o minério.