Argentina realizará consulta pública sobre projeto de gás offshore de US$ 700 mi este mês

O Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Argentina agendou uma consulta pública sobre um projeto de gás offshore de US$ 700 milhões proposto para a bacia Austral.

O evento será realizado às 10h, horário local, no dia 26 de abril, através do canal do ministério no YouTube.

O projeto, conhecido como Fénix, está sendo desenvolvido pelo consórcio CMA-1, formado pela TotalAustral (37,5%), Pan American Energy (25%) e Wintershall Dea (37,5%). Fénix envolve a instalação e operação de uma plataforma de gás que se conectará a três poços perfurados em profundidades de aproximadamente 70 m a cerca de 60 km da costa da província de Terra do Fogo.

A consulta, anunciada por meio de resolução no Diário Oficial da União, segue-se a uma anterior no início deste ano. O documento em questão, produzido pela consultoria local Ezcurra & Schmidt, foi alterado seguindo recomendações do Departamento Federal de Energia, do Departamento Federal de Agricultura e Pesca e do Instituto Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Pesqueiro. Um relatório final associado sobre a consulta pública está programado para ser publicado pelo Ministério do Meio Ambiente dentro de 10 dias após a consulta pública.

A lei argentina nº 25.675 estabelece que projetos ou atividades que possam potencialmente causar degradação ambiental ou impactar a qualidade de vida das pessoas de forma significativa devem ser submetidos a uma avaliação ambiental. Uma resolução conjunta associada estabelece regras de avaliação para projetos de hidrocarbonetos localizados a mais de 22,22 km da costa, sob jurisdição federal.

Espera-se que a produção da plataforma, que deve entrar em operação em 2025, atinja um pico de cerca de 10 MMm³/d (milhões de metros cúbicos por dia) durante um período de produção de 15 anos. O gás extraído seria alimentado em terra para processamento através da plataforma existente de Vega Pleyade, à qual Fénix se ligaria por meio de um gasoduto de 36,5 km e 61 cm.

No ano passado, o governo federal estendeu a licença do consórcio para extrair hidrocarbonetos das áreas de licença CMA-1 Argo, Aries, Carina, Fénix, Orión, Orión Norte, Orión Oeste e Vega Pleyade por 10 anos, até 2041. Isso afeta a área sob sua jurisdição, em vez do governo provincial. As autoridades aprovaram um plano de investimento associado envolvendo cerca de US$ 700 milhões para o período de extensão de 10 anos.

Em dezembro, as três empresas obtiveram contratos de extensão de produção, correspondentes ao período 2023-2028, ao abrigo do regime de incentivos Plano Gás.

O projeto Fénix ajudaria a compensar um declínio, observado na última década, na produção fora da formação de hidrocarbonetos não convencionais de Vaca Muerta. A produção total de gás na bacia Austral (convencional e restrita) foi de 26,5 MMm³/d em janeiro, uma queda de 0,8% no comparativo mensal e de 5,3% no comparativo anual. Dados do operador publicados pelo Departamento Federal de Energia mostram que a Total Austral produziu cerca de 18,2 MMm³/d na bacia em dezembro, em comparação com 19,4 MMm³ no ano anterior. Uma ferramenta do site do Departamento Federal de Energia que detalha a produção de gás por licença não está funcionando.

No geral, na Argentina, a produção de gás convencional foi de 58,4 MMm³/d em janeiro, queda de 5,0% em relação ao ano anterior, enquanto os não convencionais subiram 2,7% para 70,4 MMm³/d, de acordo com dados do instituto de energia General Mosconi.

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